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Resposta:
“Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam a convicção dos fatos que não se vêem. Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hb 11:1-3)
A definição acima consta no livro de Hebreus, parte do Novo Testamento, e foi escrito para os que seguiam a Cristo, aos que ainda eram incrédulos porém tinham algum conhecimento e aceitação da doutrina e ainda, ao grupo de incrédulos que tinham sido chamados a entregar suas vidas a Cristo mas optaram por rejeitá-lo.
Desde os primeiros tempos os cristãos sofriam muita perseguição e perigo de morte, e desse ponto de vista, podemos perceber que a definição acima tenta ilustrar aos leitores que aqueles que acreditavam no evangelho estavam pagando um preço, confiando em algo futuro, uma esperança que fugia ao entendimento comum, e estavam além de uma base puramente racional, que surgia em conseqüência de uma experiência com Deus, o Senhor, e que fazia valer a pena correr todo o risco, ou dar suas vidas à missão.
Embora seja um termo lembrado com freqüência no contexto religioso, a Fé é uma capacidade inerente a espécie humana e que pode ser encontrada em outros contextos, onde a grande questão não é “ter fé” e sim, “ter fé em quê”.
O autor Mário Rosa em seu livro “A reputação na velocidade do pensamento” faz uma observação pertinente a isso, quando afirma que o consumidor exerce um ato de fé a todo o momento. Ele faz uma observação sobre a capacidade natural de um consumidor tomar decisões baseado em suas crenças (religiosas ou não): “Costumam dizer que o homem moderno perdeu sua velha capacidade de crer, mas pensando bem é possível perceber que quanto mais o homem evolui, mas se torna dependente da fé. Somos cada vez mais crédulos, apesar da moda do ceticismo. Entramos no elevador e temos certeza que ele vai subir – e não despencar. Tomamos remédio e temos certeza de que vamos ficar curados – e não envenenados. Colocamos o dinheiro no banco porque a creditamos ser mais seguro. E essas certezas acontecem porque a empresa que fez o elevador, a que produziu os remédios ou guardou nossa poupança foram capazes de despertar a nossa fé. A imagem que temos do mundo está baseada na fé”.
Voltando ao contexto cristão, a Fé é o ponto de partida do início de uma vida com Deus, pois ao ouvirem falar sobre o evangelho ou sobre Jesus Cristo, e acreditarem nele, passam a buscar conhecimento da Sua Palavra, alcançando aceitação intelectual e por fim, a obediência. Muito além dos dez mandamentos, a bíblia traz constantes recomendações de boa conduta para uma vida fraterna e afirmativas sobre o que agrada ou não a Deus.
DEUS ABENÇOE
Resposta:
Aqui vai
Explicação:
O decreto do imperador bizantino Teodósio 1º teve consequências abrangentes ao unir à Antiguidade clássica as raízes judaico-cristãs do continente europeu. Com bons e maus desdobramentos. Nº 3 da série "Os Europeus".
Até o Concílio de Niceia, no ano de 325 d.C., igrejas eram incendiadas, cristãos eram caçados e tinham seus bens confiscados. As perseguições se agravaram sobretudo sob o imperador Diocleciano (cerca de 245-316). Este pretendia reviver a velha cultura pagã, tornando-a religião de Estado. Porém sua política anticristã fracassou e foi abolida pelo sucessor, o imperador Constantino 1º (cerca de 285-337).
O aparato militar e administrativo funcionava bem no Império Romano. Um espaço econômico comum trouxera prosperidade. Os direitos civis concedidos a todas as pessoas que habitavam o território estatal romano promoviam a coesão – menos no tocante à prática da religião.
O Concílio de Niceia
Tessalônica hoje
No dia 19 de junho de 325, o imperador Constantino interferiu num conflito eclesiástico. Para pacificá-lo, ele convidou os bispos cristãos para um concílio em Niceia, nas proximidades da atual Istambul. A meta desse encontro, de que participaram mais de 300 representantes, não era a imposição do cristianismo como religião estatal, mas sim o estabelecimento de uma paz religiosa, a fim de estabilizar o Império Romano.
Após longos debates, Constantino 1º aceitou o consenso segundo o qual Deus e Jesus constituiriam uma mesma entidade. Com a assinatura dessa definição pelos religiosos presentes, teve fim a perseguição dos cristãos.
Porém notícias ainda melhores esperavam os adeptos da fé cristã. Pois em 27 de fevereiro de 380 o imperador bizantino Teodósio 1º (347-395) promulgou um decreto declarando o cristianismo religião de Estado e punindo o exercício de cultos pagãos.
"Cunctos populos"
A assinatura se deu em Tessalônica, na presença do imperador do Ocidente, Valentiniano 2º (371-392), e do meio-irmão e corregente Graciano (359-383).
Porém o texto do decreto "Cunctos populos" não confirmava apenas a posição privilegiada do cristianismo, como também a persecução aos adeptos de outras fés:
"Todos os povos sobre os quais exercemos regência bondosa e moderada devem (...) converter-se à religião comunicada aos romanos pelo divino apóstolo Pedro (...) e claramente professada pelo pontífice Damásio, como também pelo bispo Pedro de Alexandria (...).
Isto significa que nós, segundo a indicação apostólica e a doutrina evangélica, cremos numa divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, em igual majestade e em santa trindade.
Apenas aqueles que obedecem a esta lei poderão (...) chamar-se cristãos católicos.
Os demais, que declaramos verdadeiramente tolos e loucos, carregarão a vergonha de uma seita herética. Tampouco poderão ser chamados igrejas seus locais de reunião.
Por fim, que os persiga primeiramente o castigo divino, porém depois também nossa justiça punitiva, a nós outorgada por sentença celestial."
Simbiose entre Antiguidade e Cristianismo
'Teodósio e Santo Ambrósio' em quadro de Rubens (1577-1640)
Os praticantes de outras fés passaram então a ser atormentados com a mesma intensidade com que o eram antes cristãos e judeus. A prática de cultos pagãos passou a ser tratada como alta traição. Templos e relíquias foram destruídos, da mesma forma que o Oráculo de Delfos, lendário local de profecia da Grécia antiga.
Entretanto, o 27 de fevereiro de 380 constitui um marco da história europeia, pois nesse dia as raízes judaico-cristãs uniram-se à Antiguidade greco-romana, numa simbiose que perdura até hoje. A prévia história greco-romana do continente e a religião judaico-cristã definiram decisivamente a Europa – no bom como no mau sentido.
Pois nos séculos seguintes, sob a cruz de Cristo, não apenas se deu de comer aos pobres, como também foram assassinados críticos e dissidentes em nome do Senhor.
Autor: Matthias von Hellfeld
Revisão: Rodrigo Abdelmalack