• Matéria: Português
  • Autor: byasanto2021
  • Perguntado 3 anos atrás

alguém poderia fazer uma crônica pra mim de futebol feminino? 20 linhas​

Respostas

respondido por: matheus152040
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Resposta:

A história do futebol está cheia de consensos, mesmo transcendendo o continente europeu, parece que sua trajetória se repete. O jogo foi do rico para o pobre, da aristocracia para o operário, do branco para o negro. Não atrevo dizer que nada mudou, pois a historiografia a respeito do esporte em muito tem avançado. Alguns estudos são importantes nesse processo de propor aos historiadores novos caminhos e perspectivas. Atenho-me principalmente a Edward Thompson[1], que em seus estudos não esteve preocupado em fazer uma história de gêneros ou história das mulheres, mas ao olhar para camponeses e seus costumes, coloca-os como agentes de sua própria história, identificando que fazendo uso de suas tradições conseguiam manter seus interesses ou adequá-los as novas realidades que vinham sendo submetidos. Essa nova forma de olhar para história, deve ser aplicada para diferentes objetos e, tem sido feito.  

No futebol e, particularmente no contexto brasileiro, uma obra que questionou a trajetória linear do esporte bretão, é a de Leonardo Afonso Pereira[2], que demonstra os conflitos em torno da recente prática na cidade do Rio de Janeiro. Não somente este, mas outros historiadores foram motivados, talvez por suas paixões, a melhor compreender as lacunas que existem em relação ao futebol. Michael Certeau, sobre a cultura popular, menciona que os estudos científicos e as obras privilegiadas, comportam vastas regiões de silêncios[3]. Logo, são esses silêncios existentes nas obras e em documentos relacionados ao esporte, que hoje buscam ser respondidos. Uma história vista de cima, aonde poucos são os atores, deixaram de ser suficientes. Compreende-se que a ausência muito tem a nos dizer, aquilo que a fonte oculta também pode ser utilizado para entender aqueles indivíduos que a história sempre buscou rejeitar.    

Hoje, não há o que se questionar sobre a presença de indivíduos para além da classe média, que também se tornam fundamentais no processo de popularização do futebol, mesmo com todos os empecilhos impostos. Entretanto, ainda hoje, a historiografia tende a enxergar apenas indivíduos do sexo masculino. O ambiente esportivo, principalmente se tratando do futebol, se torna um espaço reservado aos homens, porém isso não significa que as mulheres não tenham sido importantes no processo de consolidação do jogo na capital federal. É necessário levar em consideração, que o futebol é mais do que as quatro linhas, não é preciso estar em campo para poder estar inserido neste meio. A partir de 1910, o futebol começa a atingir sua popularidade, começando então a desbancar a principal atividade esportiva durante os anos iniciais, o remo. Em 1911, João Malaia destaca que alguns jornais, como Correio da Manhã, o Paiz e o Imparcial, começam a expor o valor dos ingressos cobrados para o acesso as arquibancadas dos clubs[4].

O que pretendo assinalar é que, a partir de 1910 o futebol deixa de ser apenas um elemento simbólico utilizado para definir a posição social dos que os praticavam, se tornando também algo capaz de proporcionar lucros. Aos poucos, ter as arquibancadas cheias vai se tornando um aspecto importante para o esporte bretão, levando inclusive a construção de estádios maiores. A partir deste momento, observamos a importância de novos indivíduos para o desenvolvimento do esporte, que estariam longe dos quadros de sócios e distantes do campo, mas que se tornam cruciais para os clubes, os torcedores. Hoje, é claro a importância dos torcedores na manutenção dos clubes de futebol.

Explicação:foi isso q consigui espero que ajude

respondido por: rssilva2112
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Resposta:

o esporte brasileiro foi e ainda é amplamente preenchido e protagonizado por homens. No futebol, tido como ícone de identidade nacional, isso se torna ainda mais evidente. Além disso, a desconfiança em relação à capacidade das mulheres esteve sempre muito presente no senso comum, tanto de forma explícita quanto mascarada. Mas será que essa visão encontra-se presente também nas análises de escritores que versaram sobre o esporte? Essa é a questão a qual o seguinte artigo ansiou responder, e para tanto, foram analisados alguns personagens literários femininos apresentados nos textos de cronistas como Nelson Rodrigues e Luis Fernando Veríssimo. Por se pautar na análise de fontes, a metodologia de pesquisa pode ser definida como qualitativa, de caráter histórico. Sua especificação é literária, focada em crônicas esportivas. Nas crônicas analisadas, nas quais as mulheres aparecem no papel de personagens, claramente pode-se notar certo preconceito com relação ao entendimento delas sobre o futebol. Os cronistas as colocam em seus textos para explicar a importância das coisas ou algumas regras básicas desse esporte, como no caso da “grã fina das narinas de cadáver” de Nelson Rodrigues. Em outras oportunidades, como nas crônicas de Luis Fernando Veríssimo, as mulheres são vistas como “empecilhos” na vida futebolística de seus companheiros. Dessa forma, evidencia-se que, mesmo artística e literariamente, ou seja, de maneira que se deve ser considerada a liberdade de criação dos escritores, algumas ideias sociais dos papeis, atribuições e características diferenciais entre os gêneros encontram-se presentes nos discursos desses importantes literatos brasileiros. Seus textos, por possuírem grande capacidade de alcance populacional, de certo modo, podem ser considerados atuantes na manutenção de tais papeis

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