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As desigualdades no Brasil ainda levam muito em consideração a cor/raça/etnia. Na população considerada pobre, os negros são maioria. Em relação à educação, apenas 9,4% dos negros tem 12 anos ou mais de estudo, ou seja, não tem o Ensino Médio completo, segundo dados da extinta SEPPIR e do IPEA. A situação no mercado de trabalho é ainda mais alarmante: os negros ocupam menos cargos no executivo e de chefia e ganham, em média, 30% menos que os brancos, segundo os dados do DIEESE divulgados no último dia 17. Esta taxa era de 36% em 2014.
Ainda segundo o DIEESE, as taxas de desemprego aumentaram mais entre a população negra e os negros continuam recebendo rendimentos menores que os não-negros. Além disso, eles têm menos acesso à empregos com direitos trabalhistas e previdenciários garantidos. A situação das mulheres negras é ainda mais agravante: homens brancos tem rendimentos 60% superiores aos das mulheres negras e ocupam menos de 11% dos cargos de direção e executivos e tem a menor taxa de índice empregabilidade.
Na última década, houve avanços nas políticas afirmativas para a população negra. Entre elas, a instauração de cotas para o ingresso na universidade e nos concursos públicos (20% para negros nos concursos federais). Contudo, o mercado privado tem avançados a passos lentos para diminuírem estas diferenças. No último “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas”, lançado pelo Ethos e pelo BID em 2016, foi possível perceber que apenas 3,6 das empresas tem políticas para inserção de afrodescendentes no quadro de colaboradores.