• Matéria: Português
  • Autor: Anônimo
  • Perguntado 3 anos atrás

TEXTO




Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;




Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;




Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.




Onde vai a afouta jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela?




Onde vai como branca alcíone buscando o rochedo pátrio nas solidões do oceano?




Três entes respiram sobre o frágil lenho que vai singrando veloce, mar em fora.




Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e um rafeiro que viram a luz no berço das florestas, e brincam irmãos, filhos ambos da mesma terra selvagem.




A lufada intermitente traz da praia um eco vibrante, que ressoa entre o marulho das vagas:




—Iracema !




O moço guerreiro, encostado ao mastro, leva os olhos presos na sombra fugitiva da terra; a espaços o olhar empanado por tênue lágrima cai sobre o jirau, onde folgam as duas inocentes criaturas, companheiras de seu infortúnio.




Nesse momento o lábio arranca d'alma um agro sorriso.




Que deixara ele na terra do exílio?




Uma história que me contaram nas lindas várzeas onde nasci, à calada da noite, quando a lua passeava no céu argenteando os campos, e a brisa rugitava nos palmares.




Refresca o vento.




O rulo das vagas precipita. O barco salta sobre as ondas e desaparece no horizonte. Abre-se a imensidade dos mares, e a borrasca enverga, como o condor, as foscas asas sobre o abismo.




Deus te leve a salvo, brioso e altivo barco, por entre as vagas revoltas, e te poje nalguma enseada amiga. Soprem para ti as brandas auras; e para ti jaspeie a bonança mares de leite!








ALENCAR, José de. Iracema, cap. I, p. 15-16




O texto acima abre o romance “Iracema”, de José de Alencar, considerado um dos mais belos textos de nossa literatura, sendo mesmo chamado de prosa poética por alguns críticos. Sobre a obra em questão, e a partir do texto lido, pode-se afirmar:






Em: “O moço guerreiro, encostado ao mastro, leva os olhos presos na sombra fugitiva da terra; a espaços o olhar empanado por tênue lágrima cai sobre o jirau, onde folgam as duas inocentes criaturas, companheiras de seu infortúnio.”


As duas inocentes criaturas são, de acordo com o que se pode inferir pelo texto lido:


Escolha uma:

a. Moacir e o cão Japi.

b. Moacir e índio Poti.

c. Moacir e Iracema.

d. Moacir e Ceci.

Respostas

respondido por: Anônimo
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c)

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