(Fuvest-SP)
“Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia, ajudando a missa, viu entrar a dama, que devia ser sua colaboradora na vida de D. Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, disse-lhe alguma graça, pisou-lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa conjunção de luxúrias vadias brotou D. Plácida. É de crer que D. Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se falasse podia dizer aos autores de seus dias: – Aqui estou. Para que me chamastes? E o sacristão e a sacristã naturalmente lhe responderiam: – Chamamos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, logo desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia na lama ou no hospital; foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia”.
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Consideradas no contexto em que ocorrem, constituem um caso de antítese as expressões
A) “disse-lhe alguma graça” – “pisou-lhe o pé”.
B) “acertaram-se” – “amaram-se”.
C) “os dedos no tacho” – “os olhos na costura”.
D) “logo desesperada” – “amanhã resignada”.
E) “na lama” – “no hospital”.
Respostas
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D
Explicação:
Plurall
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Resposta:
D
Explicação:
confia no pai
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