1. O texto a seguir é parte de um artigo publicado na imprensa durante o Carnaval. Leia-o para responder às questões.
Carnaval O politicamente correto é uma chatice. Para piorar, ele tem razão.
O politicamente correto é chato porque está correto. E vice-versa. O banimento de algumas marchinhas carnavalescas é só mais um capitulo na novela do politicamente correto. Fenômeno mundial [...], a ideia por trás dele é muito bem-intencionada: a linguagem cotidiana não apenas refletiria as diferenças históricas existentes entre grupos (privilegiados versus desprivilegiados, por exemplo), como também favoreceria a manutenção dessas diferenças. Se livrarmos a linguagern destasinfluências podemos ao menos reduzir um dos fatores que perpetuam injustiças. [...]Para os críticos do politicamente correto, o mundo está ficando muito chatolevar a sério marchinhas carnavalescas com conteúdo hoje considerado preconceituoso seria uma bobagem. Nesse quesito, contudo, as evidências cientificas apontam para outra direção. Vários experimentos realizados sobre o tema mostram que, por um lado, o humor não faz as pessoas se tornarem preconceituosas. Ninguém ouve uma música e pensa mesmo! Negros são inferiores, como nunca me dei conta?". Por outro, as piadas criam um ambiente de aceitação à discriminação assim, quem já acreditava existir diferenças qualitativas entre grupos sente-se menos constrangido e tem mais chance de agir de forma discriminatória. Não por acaso, são as pessoas que mais se divertem com esse tipo de humor. Se está correto, por que então o politicamente incorreto é tão criticado? Um dos mecanismos mentais que nos permitem apreciar o humor é acreditar que uma piada é apenas uma piada, convencendo-nos que elas não têm problema. Em maior ou menor grau, todos fazemos isso-a comédia sempre traz um pouco de agressividade ou violação de normas, e para apreciá-la temos que dar esse desconto, considerá-la um tanto inocente. O politicamente correto incomoda ao de-nunciar que quando fazemos isso com o humor sexista, racista ou contra qualquerminoria estamos agindo como vetores de desigualdade. E como ninguém acha queé preconceituoso, quando nos dizem que passamos a infância endossando injusti-ças nas matinés de Carnaval, por exemplo, a tendência é nos sentirmos mal e resistirmos à ideia. Não se desmascaram defeitos ocultos impunemente. [...]Daniel Martins de Barros. O politicamente correto é uma chatice. Para piorar, ele tem razão. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 15 fev. 2017.
a) Ao empregar a palavra novela no primeiro parágrafo, que sentido é associado ao politicamente correto?
b) O articulista defende que a polêmica sobre as marchinhas é bem intencio nada. Que justificativa apresenta, no texto, para essa declaração?
c) A ideia de atenuação de um fator de injustiça está em qual trecho do último período do primeiro parágrafo?
d) No texto, que oração expande a informação que você citou em sua resposta ao item anterior? Como ela se classifica sintaticamente?
Respostas
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106
A) A palavra "novela" sendo empregada no primeiro parágrafo do texto dá um sentido de que o problema do politicamente correto é enorme.
A palavra "novela" normalmente é empregada para se referir a grandes problemas que não são solucionados rapidamente.
B) A justificativa apresentada no texto sobre as marchinhas está no fato de que muitas elas são canções preconceituosas e racistas.
C) A ideia de injustiça no último parágrafo está na menção do autor sobre quando crianças cantavam as machinhas, mas sem saber do seu contexto social.
D) Sim. Sintaticamente, a oração se exprime como uma modalizadora de reflexão.
vivianecarolinpbpiau:
muito obrigada pela ajuda
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