• Matéria: Português
  • Autor: riamftswsg998877
  • Perguntado 3 anos atrás

As questões referem-se aos dois textos:

Texto I - resumo do conto “O burrinho pedrês”, de João Guimarães Rosa.

Nesse conto, um velho burrinho, Sete-de-Ouros, levava uma vida mansa de aposentado numa fazenda do sertão de Minas Gerais. Mas o destino lhe reservava um grande dia, em que ele se tornaria um grande herói. Como os cavalos eram insuficientes para os vaqueiros que conduziriam uma grande boiada, O Major Saulo, dono da fazenda, resolveu aproveitar os serviços do velho burrinho. Coube a João Manico a nova montaria, o que foi motivo para as zombarias de seus companheiros. No retorno da entrega da boiada, foi a vez de Badu, que estava bêbado, montar o burrinho pedrês. Era época de chuvas e houve uma grande enchente. Os vaqueiros tinham que atravessar, à noite, um rio perigoso. Oito deles morreram, levados, com seus cavalos, pela correnteza. Apenas Sete-de-Ouros atravessou tranquila e sabiamente as águas, salvando Badu e o vaqueiro Francolim, que se agarrara em seu rabo.

Texto II: início do conto

O burrinho pedrês

Era um burrinho pedrês, miúdo e resignado, vindo de Passa-Tempo, Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava-se Sete-de-Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu e nem pode haver igual.

Agora, porém, estava idoso, muito idoso. Tanto, que nem precisava abaixar-lhe a maxila teimosa, para espiar os cantos dos dentes. Era decrépito mesmo a distância: no algodão bruto do pelo — sementinhas escuras em rama rala e encardida; nos olhos remelentos, cor de bismuto, com pálpebras rosadas, quase sempre oclusas, em constante semissono; e na linha, fatigada e respeitável — uma horizontal perfeita, do começo da testa à raiz da cauda em pêndulo amplo, para cá, para lá, tangendo as moscas.

Na mocidade, muitas coisas lhe haviam acontecido. Fora comprado, dado, trocado e revendido, vezes, por bons e maus preços. Em cima dele morrera um tropeiro do Indaiá, baleado pelas costas. Trouxera, um dia, do pasto — coisa muito rara para essa raça de cobras — uma jararacuçu, pendurada no focinho, como linda tromba negra com diagonais amarelas, da qual não morreu porque a lua era boa e o benzedor acudiu pronto. Vinha-lhe de padrinho jogador de truque a última intitulação, de baralho, de manilha; mas, vida a fora, por amos e anos, outras tivera, sempre involuntariamente: Brinquinho, primeiro, ao ser brinquedo de meninos; Rolete, em seguida, pois fora gordo, na adolescência; mais tarde, Chico-Chato, porque o sétimo dono, que tinha essa alcunha, se esquecera, ao negociá-lo, de ensinar ao novo comprador o nome do animal, e, na região, em tais casos, assim sucedia; e, ainda, Capricho, visto que o novo proprietário pensava que Chico-Chato não fosse apelido decente.

(ROSA, João Guimarães. Sagarana. 22ª Ed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979, p. 3)

Ao descrever o burrinho, o autor escolheu (inventou) características que criassem, na mente do leitor, uma imagem convincente, coerente com a função desempenhada pela personagem na história narrada: ele foi o grande herói do salvamento de dois vaqueiros na travessia de um rio.

a) Se o autor tivesse criado, ao invés do burrinho, um belo, forte e jovem cavalo de raça, o heroísmo da personagem seria o mesmo? Explique.

b) Por que os sertanejos costumam examinar os dentes de um animal, quando querem comprá-lo?

c) Por que era desnecessário examinar os dentes de Sete-de-Ouros?

Respostas

respondido por: raffasiilveira
7

a. Se o autor tivesse criado, ao invés do burrinho, um cavalo de raça belo, forte e jovem, o heroísmo da personagem seria diminuído. Aqui, o heroísmo é marcado, principalmente, pela superação das adversidades a qual o burrinho é submetido.

b. Os sertanejos examinam os dentes dos animais antes de comprá-los, pois essa é uma das maneiras de se checar a idade do animal de uma maneira bastante concreta.

c. Era desnecessário examinar os dentes de Sete-de-Ouros pelo fato de ele apresentar em seu corpo outros sinais que demarcavam a sua velhice.

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Anexos:

meg21eduarda: Esse é o gabarito?????
Pedro9695: vlw pela resposta
respondido por: jfihajdnnvnc
3

Resposta:

GABARITO

a) (Modelo de resposta) Não, porque o salvamento dos vaqueiros não seria um ato tão grandioso se praticado por um cavalo forte e jovem. Foi um ato extraordinário e heroico justamente por ser praticado por um animal humilde e velho, quase aposentado, e do qual ninguém esperava grande coisa.

b) Os sertanejos examinam os dentes de um animal para verificar se ele é jovem ou velho.

c) Era desnecessário examinar os dentes de Sete-de-Ouros porque ele tinha muitos outros sinais da velhice, que era evidente mesmo à distância: o pelo ralo e encardido; os olhos remelentos e amarelados, com pálpebras rosadas, quase sempre fechadas e sonolentas; a linha fatigada de suas costas.

HABILIDADE

(EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, [...] a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens.

Explicação:

gabarito do plurall

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