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Resposta:
Acredita-se que as crenças tem a capacidade de unir e influenciar a personalidade das pessoas. Mais de 80% da população brasileira tem alguma crença. A diversidade religiosa também está presente entre os jovens, segundo pesquisa do Data Popular 44% dos jovens se declararam católicos, 37% evangélicos, 6% tem outras religiões e 11% não possuem religião. A Constituição garante a liberdade de crença e assegura o livre exercício, mas em todo Brasil o número de casos de intolerância religiosa tem aumentado. Desde 2011, quando o disque-denúncia passou a registrar esse tipo de violência, o número passou de 15 denúncias para 556 no ano passado, um aumento de 3.706%.
A ONU consagra o 21 de janeiro como Dia Mundial das Religiões. Desde que foi iniciada essa comemoração, o mundo se foi descobrindo sempre mais diverso e plural. Por isso, essa data se tornou importante para provocar uma reflexão profunda sobre a diversidade religiosa e combater as raízes de qualquer intolerância.
No Brasil, a Constituição Brasileira garante a liberdade de culto e o direito de todas as pessoas exercerem livremente a religião que quiserem. A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões. Apesar disso, em todo o país, diariamente, ocorrem ataques a templos de cultos afro-brasileiros e agressões a comunidades que os praticam. No dia 21 de janeiro de 2000, Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda de Ogum, Ilyaorixá do Ilê Abassá em Salvador, BA, morreu em decorrência de agressões e humilhações sofridas por parte de grupos neopentecostais. Em 2007, para que fatos como esse não aconteçam mais, o presidente da República instituiu o 21 de janeiro como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Naquela ocasião, a Secretaria da Presidência da República para os Direitos Humanos criou uma comissão especial para zelar pela diversidade religiosa. Além disso, em diversos estados, se criaram fóruns e grupos que velavam pelos direitos à liberdade de expressão por parte de todos os segmentos espirituais. Apesar disso, aqui e ali, ainda ocorriam atos de discriminação e de violência, principalmente contra religiões e cultos de matriz africana. Às vezes, a intolerância era clara, outras vezes, camuflada sob o pretexto de protesto contra o barulho dos tambores ou contra o sacrifício de animais.