Respostas
Resposta:
A CRISE DA IGREJA
Com as transformações ocorridas no final da Idade Média (séculos XIV e XV), a Igreja Católica, que era o símbolo de poder até então, passou a ser afrontada:
– as monarquias que se fortaleciam, passaram a questionar o direito do papa de se intrometer nas questões políticas nacionais e cobrar impostos de seus súditos;
– a burguesia, como novo grupo social que buscava prestigio, precisava romper com a ordem social hierarquizada imposta pela Igreja;
– a população buscava respostas para suas angustias religiosas, já que a Igreja Católica nada pode fazer para salvá-la durante os períodos de fome, de pestes e de guerras (Crise do século XIV);
– os humanistas propunham a revalorização de Homem dentro do próprio processo do conhecimento (antropocentrismo);
– os cientistas e os artistas renascentistas passaram a buscar na natureza e na razão (e não mais nos dogmas) as respostas para suas questões.
Foi nesse ambiente que surgiram novas interpretações sobre o Cristianismo, que resultaram em novas religiões, chamadas de Protestantes.
Explicação:
AS REFORMAS PROTESTANTES
1) Luteranismo
Martinho Lutero foi um teólogo alemão que defendia que a salvação da alma dependia da fé, e não da realização de obras, nem dos 7 Sacramentos e nem da obediência ao papa. Em 1517, Lutero afixou nas portas da igreja de Wittenberg (onde era professor) as suas “95 Teses”, criticando o papado e a venda de indulgências. Em 1520 o papa exigiu que Lutero se retratasse, e para isso contou com a ajuda do imperador da Espanha e do Sacro Império Romano Germânico, Carlos V (católico).
Em 1521 Lutero foi obrigado a comparecer diante ao imperador na Dieta de Worms, onde foi defendido por nobres alemães, que buscavam o enfraquecimento do poder imperial e do poder papal em seus domínios.
Enquanto Lutero, refugiado na Saxônia, se dedicava a traduzir a Bíblia para o alemão e a organizar os princípios do luteranismo, uma série de embates ocorreu entre os nobres alemães (convertidos a nova religião de Lutero), a Igreja e Carlos V. Somente em 1555 foi assinada a Paz de Augsburgo, que deu aos nobres alemães o direito de escolher sua religião.
2) Calvinismo
João Calvino era um humanista francês, formado em Direito. Por defender a doutrina de Lutero, foi perseguido e se refugiou em Genebra (1536), onde um outro reformista (padre Zwinglio) já tinha lançado as bases do protestantismo suíço, seguindo da reforma luterana.
Em seu livro, Instituição da Religião Cristã, Calvino define as bases de sua reforma: Deus é onisciente, portanto sabe quem está destinado a salvação e quem será condenado (teoria da predestinação). Cabe, então, ao homem ter fé e viver uma vida regrada, trabalhando arduamente e, se assim obtiver riquezas, esse seria um forte indicio de que seria salvo.
A doutrina calvinista ganhou muitos adeptos entre os burgueses e rapidamente se espalhou por toda a Europa.
3) Anglicanismo
Henrique VIII, rei da Inglaterra, era casado com Catarina de Aragão (católica e tia do imperador Carlos V). Como a rainha não lhe dava um filho homem para herdar o trono, Henrique pediu ao papa a anulação do casamento (1527). Mas o papa, às voltas com a reforma luterana, não poderia se indispor com o imperador Carlos V, e assim não autorizou a anulação.
O rei inglês, que pretendia centralizar seu poder, rompeu com a Igreja Católica, expulsou os bispos e padres de seu reino, confiscou os bens da Igreja e iniciou a Reforma Anglicana, adotando alguns preceitos luteranos e calvinistas, mas mantendo a hierarquia católica. Em 1534 o Parlamento inglês votou o Ato de Supremacia, que estabelecia o rei da Inglaterra como líder da Igreja Anglicana.