• Matéria: Geografia
  • Autor: rnrf4q4qnd
  • Perguntado 3 anos atrás

Resumo sobre o rio doce nunca mais será como antes??

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respondido por: kailanyaraujo200628
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Resposta:

O DESASTRE DE TODOS OS TEMPOS

O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região Central de Minas, é classificado como o pior desastre ambiental da história do planeta considerando o volume de rejeitos de mineração lançado na natureza

Tudo é superlativo na tragédia provocada pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região Central de Minas. Os títulos, porém, não são motivo de orgulho. O desastre ambiental é o pior da história do Brasil, superando com folga casos como o césio-137, em 1987, em Goiânia, e o vazamento de rejeitos químicos da Indústria Cataguases de Papel e Celulose Ltda, em 2003, na região da Zona da Mata mineira. Ele também é o maior do mundo em volume envolvendo outras barragens de mineração.

Os cerca de 55 milhões de metros cúbicos de lama e rejeitos despejados com a ruptura de Fundão são duas vezes e meia o volume da barragem da mina de Mount Polley, no Canadá, em 2014, que alcançou o lago Quesnel. No que ficou caracterizado como o segundo pior desastre do gênero, foram 24,4 milhões de metros cúbicos de rejeitos na natureza. E mesmo comparando com outras tragédias ambientais, Mariana está nesse “pódio” ao lado do derramamento de petróleo do navio Exxon Valdez, no Alasca, em 1989, e da explosão da plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum, que despejou 780 mil metros cúbicos de petróleo no Golfo do México, em 2010.

“É um desastre impressionante em todos os aspectos (o de Mariana). Com certeza está entre as dez piores tragédias ambientais da história”, diz o coordenador do projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano. Para ele, o cenário que foi visto após a passagem da onda de lama e rejeitos é comparável ao de grandes conflitos. “É como se fosse a devastação de uma guerra. O dano é extenso e deverá ficar como uma cicatriz marrom, que marcará Minas Gerais para sempre a partir de agora”.

Mesmo maltratado já há muito tempo, o rio Doce era considerado de alta resiliência. Mas dessa vez, a sua resistência não foi suficiente para salvá-lo. “Em alguns pontos, ele sempre foi turvo, já apresentava odores, características de contaminação, mas conseguia se manter. Só que ele não tem condições de lidar com um volume desses”, avalia o professor Ricardo Mota Coelho, coordenador do Laboratório de Gestão Ambiental de Reservatórios da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “A quantidade de rejeitos equivale a nove lagoas da Pampulha”, compara.

Para a coordenadora da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, o rompimento decretou a falência do rio, que já vinha agonizando em toda sua extensão. “O desmatamento e a poluição já estavam cobrando seu preço para o meio ambiente do rio Doce. Mas, agora, com essa tragédia, ele morreu de vez”, afirma.

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