• Matéria: Português
  • Autor: DanthL
  • Perguntado 3 anos atrás

Começam a pipocar alguns debates sobre as consequências de se passar tanto tempo conectado à internet. Já se fala em saturação social, inspirado pelo recente depoimento de um jornalista do The New York Times que afirmou que sua produtividade no trabalho estava caindo por causa do tempo consumido pelo Facebook, Twitter e agregados, e que hoje ele se vê diante da escolha entre cortar seus passeios de bicicleta ou alguns desses hábitos digitais que o estão comendo vivo. Antropofagia virtual. O Brasil, pra variar, está atrasado (aqui, dois terços dos usuários ainda atualizam seus perfis semanalmente), pois no resto do mundo já começa a ser articulado um movimento de desaceleração dessa tara por conexão: hotéis europeus prometem quartos sem wi-fi como garantia de férias tranquilas, empresas americanas desenvolvem programas de software que restringem o acesso à web e na Ásia crescem os centros de recuperação de viciados em internet.
Tudo isso por uma simples razão: existir é uma coisa, viver é outra. Penso, logo existo. Descartes teria que reavaliar esse seu “cogito, ergo sum”, pois as pessoas trocaram o verbo pensar por postar. Posto, logo existo. Tão preocupadas em existir para os outros, as pessoas estão perdendo um tempo valioso em que poderiam estar vivendo, ou seja, namorando, indo à praia, trabalhando, viajando, lendo, estudando, cercadas não por milhares de seguidores, mas por umas poucas dezenas de amigos. Isso não pode ter se tornado tão obsoleto. Claro que muitos usam as redes sociais como uma forma de aproximação, de resgate e de compartilhamento – numa boa. Se a pessoa está no controle do seu tempo e não troca o real pelo virtual, está fazendo bom uso da ferramenta. Mas não tem sido a regra. Adolescentes deixam de ir a um parque para ficarem trancafiados em seus quartos, numa solidão disfarçada de socialização. Isso acontece dentro da minha casa também, com minhas filhas, e não adianta me descabelar, elas são frutos da sua época, sua turma de amigos se comunica assim, e nem batendo com um gato morto na cabeça delas para fazê-las entender que a vida está lá fora. Lá fora!! Gente que não percebe a diferença entre existir e viver. Não entendem que é preferível viver, mesmo que discretamente, do que existir de mentirinha para 17.870 que não estão nem aí. (Texto divulgado em ZERO HORA, Martha Medeiros. 08 de abril de 2012)

01. Assinale a alternativa que indica a temática da crônica:
a) O tempo que destinamos aos relacionamentos reais.
b) As consequências de ficar muito tempo conectado na internet.
c) Ao fato de ter o pensar como condição de existir.
d) O grau de envolvimento na internet dos jovens tem sido extremamente responsável.
02. Assinale a alternativa que indica o fato que desencadeou a crônica:
a) um jornalista ter afirmado que sua produtividade caiu em função da conexão à internet.
b) de o Brasil estar atrasado na atualização dos perfis.
c) É preferível viver, mesmo que discretamente, do que existir de mentirinha.
03. Assinale a alternativa em que há um testemunho pessoal, vivido pela própria autora:
a) Tão preocupadas em existir para os outros, as pessoas estão perdendo um tempo valioso.
b) Isso acontece dentro da minha casa também, com minhas filhas, e não adianta me descabelar, elas são frutos da sua época.
c) São garotos e garotas que se valem de bizarrices na esperança de deixarem de ser “ninguém” para se tornarem “alguém”, mesmo que alguém medíocre.
d) É preferível viver, mesmo que discretamente, a existir de mentirinha.
04- Para o escritor Descartes faladado no texto a condição de existir era:
a) Postar.
b) Pensar.
c) Consumir.
d) Parecer.
05- Pela estrutura estamos diante de um texto híbrido que trata um assunto cotidiano, mais precisamente diante de:
a) um artigo de opinião.
b) um texto narrativo.
c) uma crônica argumentativa.
d) uma reportagem.

Questões referente ao conteúdo FORMAÇAO DAS PALAVRAS






05-Classifique os morfemas destacados no texto abaixo em prefixos ou sufixos, justificando: EX; Ex: memorizados: memori: radical; zad: sufixo; o: desinência de gênero (masculino); s: desinência de número (plural)
A arca desconjuntada
Parece que vai ruir Entre os pulos da bicharada
Toda querendo sair
(Vinicius de Moraes)

06-Descreva o processo que formou cada uma delas.
a) Empapelar: derivação por parassíntese
b) Papelote: derivação por sufixação
c) papel-jornal: composição por justaposição
d) Qual o elemento comum a todas essas palavras?
07-Observe as palavras da manchete de jornal e responda ao que se pede:
“DESIGUALDADE: ONG anuncia criação de faculdade com maioria de alunos negros em SP” (Folha de S. Paulo, 08/05/2003)
a) Qual o processo de formação ocorreu na palavra “desigualdade”
b) Qual o significado das siglas?

Respostas

respondido por: duda88256880
0

Resposta:

1 (B)

2 (A)

3 (B)

4 (A)

5 (C)

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