Respostas
Resposta: Simples assim.
Explicação:
As definições do bem e do mal que abrem a Parte iv da Ética parecem posicionar decididamente Espinosa entre os filósofos que consideraram poder defini-los por meio de proposições suscetíveis de verdade e falsidade, reconduzindo, portanto, à razão a origem destas noções. Por outro lado, a proposição 8 da mesma parte afirma de modo inequívoco que o conhecimento dos valores morais é inteiramente redutível a um estado emocional. Dado este aparente paradoxo, trata-se, então, de analisar se e como podem ser conciliadas as definições de bem e de mal e a proposição 8 da Parte IV. O artigo mostra que a filosofia de Espinosa busca produzir uma mutação dos conhecimentos e, portanto, dos desejos; em última instância, uma mutação da natureza do agente, da qual irá derivar, necessariamente, uma mutação na especificação dos bens e nas ações, porque, mudando a natureza da mente, serão diferentes as coisas que provocam alegria e que serão, desse modo, desejadas. Não por acaso, o supremo bem, o conhecimento de Deus, comporta um componente afetivo: a alegria. Trata-se de mostrar que o componente afetivo é intrínseco ao juízo de valor e, ao mesmo tempo, exprime a natureza do sujeito e motiva a sua ação. Por isso, o homem que usa a razão não poderá senão desejar o que lhe é verdadeiramente útil.