• Matéria: Português
  • Autor: hadrianoliveira14
  • Perguntado 3 anos atrás

Texto: O professor dizia: "Isso está errado, isso não se diz".

Como "não se diz"? A criança repete o que ouve. Seus pais só dizem isso, e

são advogados, professoras primárias...

O outro erro era: "Isso não é português".

Ora, se não é português, tem que ser outra língua, francês, inglês, alemão...

São dois erros de Pedagogia. O professor de hoje reconhece que o aluno vem

com sua modalidade linguística. Uma língua que só tem uma modalidade é

morta.

O ideal é que o aluno seja poliglota na própria língua, que ele aprenda o maior

número de realidades de sua língua e até a língua padrão, porque senão vai

cometer vários erros de tradução na própria língua. Como a história do sujeito que

foi para o Rio Grande do Sul. Quando chegou ao Paraná, leu em uma placa:

"Atenção, tartarugas na estrada". Ele disse para a mulher: "Eu vou diminuir a

marcha. A primeira tartaruga que aparecer, você apanha e a gente leva de

souvenir".

Atravessou o Paraná, Santa Catarina, e nada de tartaruga. Só depois

descobriu que tartaruga é quebra-mola.

Claro que todas essas normas de correção, próprias de cada variedade, têm o

seu limite: a propriedade do texto. Se você constrói um texto que é uma carta íntima

a um amigo, tem a possibilidade de utilizar construções que não estão apoiadas

nem documentadas pelas normas da língua padrão. Mas a natureza do termo é que

leva a isso. Essa relatividade existe em todas as obrigações sociais. Quando a

gente recebe um convite para uma festa, está lá no convite: traje passeio, ou

esporte, ou a rigor. O que é isso? É que existe uma etiqueta social. A língua padrão

é a etiqueta cultural. Um tipo de modalidade que não é para usar todos os dias.

Há pessoas até que exageram, e o resultado é que normalmente não são

entendidas. Tenho um amigo, professor de Português, que só fala a língua

exemplar, padrão. Uma vez, saindo do Pedro II, foi assaltado. Gritou, e não

apareceu ninguém. Ele ficou aborrecidíssimo. Voltou ao Pedro II e reclamou:

"Mas você não gritou? Não pediu socorro?" -- perguntaram.

"Eu gritei, mas não apareceu ninguém!"

"Mas o que você disse?"

"Eu gritei: Peguem-no! Peguem-no!"

O limite é a adequação.


Perguntas: A que conclusão chega o professor sobre a língua padrão ao

compará-la com as normas de conduta da etiqueta social?

O que quis dizer o professor com a frase “O limite é adequação”, em

referência à maneira de falarmos e escrevermos?


Respostas

respondido por: fernandoteles3710
3

Resposta:

Em seu livro “O preconceito linguístico”, Marcos Bagno diz que “O preconceito linguístico está ligado, em

Explicação:

Em seu livro “O preconceito linguístico”, Marcos Bagno diz que “O preconceito linguístico está ligado, em

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