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Em suas pinturas, Rafael, Rembrandt, Pietro da Cortona e Van Gogh devem ter usado tintas contendo pigmentos vermelhos extraídos da casca do pau-brasil. Por essa razão, busca-se identificar a presença desses pigmentos nos quadros para determinar a autenticidade das obras. Não é uma tarefa fácil, uma vez que a maioria desses pigmentos se desfaz sob a ação da luz. Pesquisadores da National Gallery de Londres, do Instituto de Conservação do Canadá, da Shell e da Escola de Química de Edimburgo, na Escócia, podem ter resolvido o problema ao identificar um componente do corante que resiste à luz: a urolitina C. Esse composto químico foi extraído da tintura de pau-brasil (Caesalpinia echinata, reclassificada como Paubrasilia echinata) produzida na National Gallery seguindo uma receita histórica: as lascas de madeira são fervidas em água e o líquido, depois de filtrado, recebe uma mistura de sulfato de alumínio e carbonato de sódio até que seu pH se torne neutro. O químico David Peggie, do Departamento Científico da National Gallery, e seus colaboradores identificaram a urolitina C no vestido vermelho de Santa Cecília, obra pintada pelo italiano Pietro da Cortona na primeira metade da década de 1620 (Analytical Methods, fevereiro). Pigmentos obtidos de pau-brasil foram usados até o século XIX, quando passaram ser substituídos por corantes sintéticos.
As árvores eram derrubadas e cortadas em pedaços de cerca de 2 a 1 metro que eram transportados para Lisboa, e em seguida, para Amsterdam, local em que a madeira era transformada em pó do qual era extraído o corante.