• Matéria: Artes
  • Autor: gabrieljesus23082008
  • Perguntado 3 anos atrás

RITUAL HETOHOKY

O ritual Hetohoky, que significa Casa Grande, ocorre todo ano entre os índios Karajá, que vivem na Ilha do Bananal. Marca a passagem dos meninos (momento do Weryryhykỹ) para a fase de Jiré, ou seja, simboliza a passagem dos meninos para a idade adulta. “Os meninos, que passarão pelo ritual de iniciação, receberão o nome de Jiré, que significa literalmente ariranha. Samuel Yriwana Karajá, pai de uma criança Jiré, explica: ‘é ariranha por ser um animal ágil! A criança nessa fase tem que ser esperta e ágil para crescer rápido. Ele não perde tempo, isso é ensinamento para ele. A pessoa parada não cresce rápido, por isso tem que estar sempre se movimentando’.

O Jiré tem seu corpo inteiramente preto, pintado de jenipapo de baixo para cima, ‘como a árvore de jenipapo, que cresce de baixo para cima’, diz Samuel. Favorecer o crescimento saudável das crianças é um dos pontos centrais do ritual. [...] Na fase de Jiré, os meninos recebem instruções que serão importantes para toda a vida. Eles aprendem a confeccionar os adornos que são feitos exclusivamente pelos homens e utilizados no ritual, além de outros artesanatos e artefatos utilizados no cotidiano. Também são ensinadas a eles a arte da caça e da pesca, e sobretudo, valores morais e espirituais, além valorização dos bens da natureza de onde a aldeia tira o sustento para a família.” (AXA, 2020).

Pode-se dizer que esse ritual representa uma passagem, é um rito de passagem, como tantos outros como o batismo e acolhida dos recém-nascidos, a união entre pessoas como o casamento, as festas de formatura, os rituais fúnebres, dentre outros. Passa-se de um momento a outro, algo “morre” para “nascer”, renascer e começar de outra forma. Assim é a vida. Para que nasça a planta, a semente deve “morrer”. Nesse sentido, “a morte é uma invenção da vida” (Leonardo Boff), pois nessa passagem a vida se renova. Isso não significa que deixaremos de sofrer com a morte das pessoas, especialmente àquelas que nos são próximas, como os familiares e amigos, e de forma mais significativa ainda, não podemos deixar de ficar indignados quando ela é fruto da violência, da injustiça, do preconceito, da discriminação e da desigualdade. Quantas vidas de jovens nos são tiradas todos os anos.

Não podemos nos conformar e nem achar natural que mais de 500 mil pessoas tenham morrido de Covid-19 no Brasil. Esse vírus faz parte da natureza e viveu por milhares ou milhões de anos em animais. Alguma coisa o ser humano fez para mudar essa história desse vírus. Há estudos sobre isso. Apesar disso, a inteligência, a ciência e a ação dos agentes públicos, contando com a participação de toda a sociedade, poderia ter minimizado essa tragédia, que cresce a cada dia. Celebrar a vida é dar graças a esse mistério incrível e manter a memória de todos os que viveram, mas também tirar as lições, as aprendizagens do que foi bom e do que não foi, do que pode ser mantido e daquilo que precisará ser mudado. Por isso, o amor, a saudade, o respeito, a confiança, o companheirismo, a empatia e a solidariedade, dentre muitos outros sentimentos, são fundamentais na vida, no sofrimento, diante da morte, e quando se celebra os rituais de passagem, como fazem os Karajá.

FONTE: AXA – Articulação Xingu Araguaia. Notícias. Hetohoky, o povo Karajá em festa. Disponível em: . Acesso em: 13 ago. 2020.



Releia o texto e responda às seguintes questões:

1. Qual é a principal mensagem transmitida no texto?



A - Os valores da vida são fundamentais diante do sofrimento da humanidade.

B - Tirar lições das aprendizagens do que foi bom e do que não foi.

C - Manter memória das mortes causadas por covid19.

Respostas

respondido por: pedroibpaiva
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num tendi esse final ...                                                                                                           quer dizer...                                                                                                                               tendi foi nada

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