• Matéria: Filosofia
  • Autor: Marie2021
  • Perguntado 3 anos atrás

(UEL) Leia o texto a seguir e responda às questões.

par Embaixo, o rumor da água pipocando sobre o pedregulho; vaga-lumes retouçando no escuro. Desci, dei-me com o lugar onde havia estado; tenteei os galhos do sarandi; achei a pedra onde tinha posto a guaiaca e as armas, corri as mãos por todos os lados, mais pra lá, mais pra cá…; nada… nada!… par Então, senti frio dentro da alma. . . o meu patrão ia dizer que eu havia roubado!… roubado… Pois então eu ia lá perder as onças!… Qual! Ladrão, ladrão, é que era!… par E logo uma tenção ruim entrou-me nos miolos: eu devia matar-me, para não sofrer a vergonha daquela suposição. par É, era o que eu devia fazer: matar-me… e já, aqui mesmo! par Tirei a pistola do cinto: amartilhei o gatilho… benzi-me, e encostei no ouvido o cano, grosso e frio, carregado de bala… Ah! patrício! Deus existe!… No refilão daquele tormento, olhei para diante e vi… as Três- Marias luzindo na água… o cusco encarapitado na pedra, ao meu lado, estava me lambendo a mão… e logo, logo, o zaino relinchou lá em cima, na barranca do riacho, ao mesmíssimo tempo que a cantoria alegre de um grilo retinia ali perto, num oco de pau!… Patrício! não me avexo duma heresia; mas era Deus que estava no luzimento daquelas estrelas, era ele que mandava aqueles bichos brutos arredarem de mim a má tenção… O cachorrinho tão fiel lembrou-me a amizade da minha gente; o meu cavalo lembrou-me a liberdade, o trabalho, e aquele grilo cantador trouxe a esperança… Eh-pucha! patrício, eu sou mui rude… a gente vê caras, não vê corações…; pois o meu, dentro do peito, naquela hora, estava como um espinilho ao sol, num descampado, no pino do meio-dia: era luz de Deus por todos os lados!… E já todo no meu sossego de homem, meti a pistola no cinto. Fechei um baio, bati o isqueiro e comecei a pitar. (LOPES NETO, J. S. Contos gauchescos. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2008. p. 21-22.)

1. É correto afirmar que a história é narrada

a) em primeira pessoa, por João Simões Lopes Neto, que, num tom autobiográfico, conta fatos da época em que atuou na Revolução Farroupilha.
b) em terceira pessoa, por uma personagem textualmente nomeada Patrício, que relata todo oseu arrependimento por ter roubado as onças do patrão.
c) por um narrador testemunha, mais precisamente o patrão do protagonista, que registra as qualidades morais de seu empregado.
d) em primeira pessoa, pelo vaqueano Blau Nunes, que relata como e onde perdeu as onças do patrão.
e) por um narrador onisciente, não nomeado, que registra fatos relacionados à agitada e violenta época do cangaço rio-grandense.​

Respostas

respondido por: oliverapaulo045
1

Resposta:

letra d em primeira pessoa pelo vaqueano


Marie2021: muito obrigada!
respondido por: limandressa18
0

Resposta:

Letra d

Explicação:

Fiz uma prova e a alternativa correta era essa

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