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Resgatando as teorias platônicas sobre o conhecimento, Descartes deu origem ao racionalismo moderno, defendendo que o conhecimento humano é inato, ou seja, já nasce com o ser humano, que vai, na medida em que estuda, descobrindo tal conhecimento oculto em si. Ele também operou uma verdadeira revolução na filosofia ao propor que o pensamento filosófico deveria basear-se em um método mais exato.
Desde os tempos em que estudou em La Flèche, o filósofo observava que os seus professores de matemática sempre chegavam a conclusões exatas, enquanto os de filosofia descordavam entre si com frequência. Na visão do filósofo, isso atestava o fato de que a filosofia necessitava de um método preciso e exato, baseado no raciocínio dedutivo.
No que tange ao conhecimento, Descartes dividiu o ser humano em dois elementos, como Platão, e nomeou-lhes res cogitans e res extensa, isto é, coisa pensante e coisa extensa. Para ele, a coisa pensante era uma espécie de alma que habitava o corpo (coisa extensa) e era capaz de pensar, além de estar com o conhecimento racional naturalmente embutido dentro de si.