Leia o texto e responda às questões abaixo:
Por que algumas músicas não saem da nossa cabeça?
Às vezes, eu escuto uma música e ela continua tocando sem parar dentro da minha cabeça. Da sua também? E nem sempre é uma melodia agradável, não é mesmo? Na verdade, para se fixar na mente é importante que a música chame bastante a atenção, por ser muito bonita, muito feia, muito legal ou muito chata e repetitiva. Mas por que a gente demora tanto para se livrar dela?
Na hora que a música entra pela primeira vez no cérebro, você nem imagina que vai ficar com aquele fundo musical pelas próximas horas ou mesmo dias. Mas é o que acontece. Depois de ter aprendido a música, quando você relaxa um pouco, ela toca sozinha sem que você possa evitar. Mistério? Nada disso. São apenas memórias.
Mas o que são memórias? Para responder essa pergunta, você precisa saber primeiro que seu cérebro é formado por bilhões de pequenas células nervosas, os neurônios. Cada neurônio “conversa” intensamente com milhares de outros. Esse diálogo ocorre, no menor espaço de distância física entre eles, nas chamadas sinapses. Nossas memórias são estocadas conforme o número de encontros desses neurônios. A cada instante, dependendo do que acontece, essa sinapse pode ficar mais forte ou mais fraca.
Quando escutamos aquela música inesquecível no rádio, muitos encontros de neurônios se reforçam e a gente memoriza a sequência de sons. A partir desse instante, acontece um efeito conhecido entre os cientistas como “Reverberação de Memória”, que é como se o cérebro repassasse inúmeras vezes a mesma música. Por isso, algumas melodias grudam em nossa mente. Para ficar mais claro, pense em um campo bem plano. Se você jogar um pouco de água nessa superfície, ela não vai correr, vai apenas ser absorvida pela terra, certo? Mas, e se você cavar com a mão um caminho na terra e depois jogar água?
Ela vai correr, como se fosse um rio, certo? É mais ou menos isso que acontece dentro da nossa cabeça. Quando você ouve aquela música inesquecível, é como se fosse cavado um caminho no seu cérebro por onde a música corre sem parar. É essa atividade livre do neurônio que causa na gente a sensação de escutar a música novamente. Este é o mesmo fenômeno envolvido na formação dos sonhos.
Sidarta Ribeiro. Ciência Hoje das Crianças, Rio de Janeiro, ano 29, n.283, p.12, out. 2016
Sobre o autor
Sidarta Ribeiro é formado em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (1993); é mestre em Biofísica pela UFRJ (1994); Doutor em Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller (2000) e pós-doutorado em Neurofisiologia pela Duke University (2005). Trabalha no Instituto do Cérebro, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O sono, o sonho e a memória são alguns dos temas estudados por ele.
1- Por que o autor é qualificado para escrever esse artigo?
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Resposta:
Porque ele possui várias especializações, trabalha na área do cérebro na universidade do Rio Grande norte, e tem pós em neuro fisiologia
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