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A Guerra de Secessão (separação), nos Estados Unidos, teve início no dia 12 de abril de 1861 e foi um dos conflitos mais importantes da história dos Estados Unidos. A guerra civil foi marcada pelas diferenças políticas e econômicas entre as regiões Norte (industrial) e Sul (agrária).
O Norte era comandado pela burguesia industrial que defendia o protecionismo alfandegário por não conseguir competir com os preços dos produtos ingleses, de qualidade superior. Já o Sul, que tinha como base a economia agrária, era comandado por uma aristocracia que defendia a liberdade de comércio, preferindo comprar os produtos da Inglaterra, já que a economia protecionista tornava a região dependente do Norte, por exportar parte de sua produção e comprar seus produtos manufaturados.
O início do conflito aconteceu devido à questão da escravidão, que passou a ser discutida no âmbito político dentro do Congresso criando blocos claramente distintos entre escravistas e abolicionistas.
Por ocasião da época da expansão para o Oeste e de uma expansão na indústria, os representantes do Norte eram abolicionistas, por terem interesse no crescimento do mercado consumidor e, ao mesmo tempo, de obter mão-de-obra barata. Já os sulistas defendiam a livre adoção do escravismo por se beneficiarem diretamente desta mão-de-obra em suas fazendas e lucrarem com os preços altos dos escravos.
O estopim para a guerra foi a eleição, em 1860, de Abraham Lincoln pelo Partido Republicano, representando a região Norte. Temendo, com razão, que o presidente eleito adotasse medidas contrárias aos seus interesses, os Estados do Sul romperam com a União, formando os Estados Confederados da América, em 8 de fevereiro de 1861.
A liderança do movimento coube à Carolina do Sul ao qual se agregaram a Virgínia, a Carolina do Norte, a Geórgia, o Mississipi, a Flórida entre outros. Richmond, na Virgínia, tornou-se a capital do novo país e Jefferson Davis foi aclamado o presidente dos Estados Confederados. As tropas rebeldes eram lideradas pelo comandante Robert Lee.
Batalhas da Guerra de Secessão
O ataque feito a uma guarnição federal do "novo Estado" em 12 de abril do mesmo ano foi o início da guerra entre as duas partes, que lutaram com forças extremamente desiguais.
Enquanto o Norte contou com o apoio de 25 Estados e de uma população de 22 milhões de habitantes, o Sul teve o suporte de 11 Estados e de uma população de nove milhões de habitantes, sendo quatro milhões de escravos. Milhões de homens foram mobilizados durante o conflito (cerca de 2,5 milhões), modernos recursos para a época foram usados (telégrafo, ferrovias, trincheiras, armamentos).
A guerra foi sangrenta: yankees, como eram chamados os federalistas do Norte, e confederados enfrentaram-se em inúmeras batalhas. Os primeiros desejavam manter a união, enquanto os sulistas almejavam a independência. O Norte, porém, dotado de indústrias que se converteram em fábricas de armamentos, estava melhor preparado para os combates e venceu boa parte das batalhas. Os sulistas chegaram a convocar escravos para lutar contra os yankees.
Em 1863, ocorreu a batalha mais importante - a batalha de Gettysburg - a qual garantiu a vitória para as forças da União. Lincoln decretou entao a abolição da escravidão em todo o país, que só passou a vigorar com o fim dos combates e a derrota definitiva do Sul, em 1865. Nesse mesmo ano, Abraham Lincoln foi assassinado por um fanático sulista.
Fim da guerra civil americana
Ao final do conflito, os Estados Unidos contavam 600 mil mortos, a devastação dos Estados do Sul, que se enfraqueceram econômica e politicamente, ao mesmo tempo em que se consolidava a hegemonia do Norte. Com isso, triunfa o espírito capitalista e burguês, garantindo o crescimento econômico norte-americano. Em pouco tempo, os Estados Unidos converteram-se em potência econômica do mundo capitalista.
Com o fim da guerra nos Estados Unidos, consolidou-se a tendência ao desenvolvimento econômico no país. Mais uma vez, a imigração garantiu um significativo aumento da população, que passou de 30 milhões, em 1865, para 90 milhões em 1914. A prosperidade econômica, assegurada por um mercado interno integrado e forte, não tardou.
Por outro lado, a abolição da escravidão não significou para os cerca de 4,5 milhões de negros que viviam nos Estados Unidos a integração social: a segregação racial, social e política foi mantida e gerou problemas raciais que se prolongam até os dias de hoje.