A ABOLIÇÃO
A pressão inglesa pelo fim do tráfico e a Lei
Eusébio de Queirós (1850), que proibiu a entrada
de escravos no Brasil, representaram um duro
golpe contra a escravidão. Mas o processo que
levou ao fim da escravidão no Império se iniciou
antes dessa lei e se prolongou por quase todo o
século XIX. Entre os fatores que contribuíram para
a Abolição, cabe citar: a resistência dos próprios
escravizados e o movimento abolicionista.
A resistência dos escravizados
Enquanto durou a escravidão, houve
resistência. Os escravizados resistiam por meio da
desobediência, da fuga e formação de quilombos,
dos levantes urbanos e da busca por liberdade para praticar suas culturas e religiões.
Um exemplo expressivo da resistência dos escravizados no século XIX foi o ciclo de revoltas lideradas
por eles na Bahia entre 1807 e 1835. Segundo o historiador João José Reis, naqueles anos a Bahia foi palco de
mais de 20 revoltas e conspirações promovidas pelos africanos e seus descendentes. As lutas levadas adiante
pelos próprios escravizados contribuíram decisivamente para o fim da escravidão. Uma dessas lutas foi a
liderada por Manuel Congo.
Revolta de Manuel Congo
Considerada [...] uma das mais importantes rebeliões
escravas ocorridas no Brasil monárquico, o levante liderado
por Manuel Congo estourou na região de Pati do Alferes, [...]
Vassouras, em novembro de 1838. Revoltaram-se os escravos
em importantíssima região da expansão cafeeira no vale do
Paraíba fluminense [...].
[...] Não chegou propriamente a ser erigido um
quilombo organizado sob a chefia de Manuel Congo nas matas
de Pati do Alferes,
mas uma luta de resistência de escravos que haviam
fugido de várias fazendas da região entre 6 e 10 de novembro
de 1838. [...] A repressão não tardou, enviando-se a Guarda
Nacional no encalço dos fugitivos, que se concentravam nas
matas com víveres, armas e ferramentas de todo tipo
saqueados nas fazendas de origem. Travou-se combate logo
no dia 11 de novembro, no qual morreram sete cativos, 23 ficaram feridos e os demais fugiram, sendo boa
parte deles recapturada depois. [...] Dos rebeldes recapturados, 16 foram julgados, em [...] 1839, todos
acusados do crime de insurreição [...]. Deles, Justino Benguela, Antônio Magro, Pedro Dias, Belarmino Congo,
Miguel Crioulo, Canuto Moçambique e Afonso Angola foram incursos no artigo 60 do Código Criminal e
condenados a 650 açoites, 50 por dia, e a andarem por três anos com gonzos de ferro ao pescoço [...]. Manuel
Congo foi condenado à forca como cabeça da insurreição [...], sentença executada em 6 de novembro de 1839.
1. Esses dois recortes de texto foram retirados do livro didático História Sociedade & Cidadania da editora
FTD. O autor do texto Alfredo Boulos, usa a expressão escravizados ao invés de escravos. Qual a diferença
que você percebe entre estas duas expressões “escravizados” e “escravos”?
Me ajudem por favor
Respostas
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O termo "escravizado" sugere a situação de alguém que sofre uma pressão que vem de fora e o escraviza, apontando esta pessoa como vítima de uma injustiça histórica, enquanto que o termo "escravo" remete à suposta "natureza" de alguém que está em situação de escravidão.
É melhor usar o termo "escravizado" que o termo "escravo" justamente para não "esquecermos" que a escravidão teve culpados e responsáveis e estes de modo algum eram as pessoas que sofreram esta injustiça e violência. Ninguém é escravo "por natureza", já que somos todos seres humanos dignos e igualmente capazes, a escravidão é sempre uma imposição violenta e injusta de um sujeito sobre outro.
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