Sabemos que comandantes como Cristóvaõ Colombo e Pedro Álvares Cabral naõ se lançavam ao mar por conta própria, tinham o apoio do estado. que importÂncia teve esta instituiçaõ para o processo das grandes navegações?
Respostas
Tzvetan Todorov nasceu em 1939 na Bulgária e foi radicado na França desde 1963 em Paris. É um filósofo e linguista e frequentou os cursos de Filosofia da Linguagem ministrados por Roland Barthes, um dos grandes teóricos do Estruturalismo. Foi professor da École Pratique de Hautes Études e na Universidade de Yale e Diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica de Paris (CNRS). Publicou um número considerável de obras na área de pesquisa linguística e teoria literária.
Todorov se baseia nos textos do próprio Cristóvão Colombo para relatar a chegada do europeu no Novo Mundo. Ele parte do pressuposto de que a América já havia sido inventada antes de descoberta, ou seja, Colombo tinha uma ideia pré-concebida do que iria encontrar na América e isso influenciou a sua relação com o outro. No centro da discussão de Todorov está a questão do eu, no esforço da interpretação de Colombo em relação aos índios, através da tela das ideologias do próprio Colombo e da barreira linguística. Colombo não consegue entender os índios, e não faz nenhum esforço para isso. Ele os considera como objetos vivos, como parte da paisagem. Essa é, segundo Todorov, a visão que o primeiro conquistador teve ao entrar em contato com o outro. Mas e a visão do índio em relação ao outro? “É possível, como diz Colombo, que os índios tenham considerado a possibilidade de os espanhóis serem seres de origem divina; o que daria uma boa explicação para o medo inicial, e seu desaparecimento diante do comportamento humano dos espanhóis”1 , comportamento esse que Todorov classifica como sendo a cobiça dos espanhóis, a busca por riquezas e prazeres. Ele conclui essa parte do livro afirmando que Colombo descobriu a América, mas não os americanos. Uma questão de alteridade.
Todorov explica as razões da vitória dos espanhóis sobre os índios, e para isso ele utiliza como exemplo a personagem de Montezuma, imperador asteca que teve seu reino invadido por Hernán Cortés em 1519. Para reconstruir essa história, as fontes mais preciosas de Todorov são as descrições, compilações e traduções de monges espanhóis, os escritos de índios ou mestiços e os relatos do próprio Cortés. O que intriga o autor é como Cortés, liderando algumas centenas de homens, tenha conseguido tomar o reino de Montezuma, que dispunha de várias centenas de milhares de guerreiros. Todorov constrói uma teoria que se baseia na importância que os astecas davam aos signos, ao calendário cíclico e as interpretações das mensagens de seus deuses (adivinhações e presságios), ou seja, uma teoria relacionada à comunicação dos índios com os deuses (semiótica). Além disso, a vitória dos espanhóis também se explica, dentro dessa teoria, devido ao fato de que os espanhóis eram superiores aos índios na comunicação inter-humana.
A conquista da América: a questão do outro (título original: La Conquetê de L’Amerique: La Question de L’Autre) é um livro escrito por Tzvetan Todorov em 1982. Nessa obra, o autor discute como foi possível a conquista da América (principalmente a região do Caribe e do México, conhecida como Mesoamérica) pelos espanhóis no século XVI a partir do conceito de alteridade.
Tzvetan Todorov nasceu em 1939 na Bulgária e foi radicado na França desde 1963 em Paris. É um filósofo e linguista e frequentou os cursos de Filosofia da Linguagem ministrados por Roland Barthes, um dos grandes teóricos do Estruturalismo. Foi professor da École Pratique de Hautes Études e na Universidade de Yale e Diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica de Paris (CNRS). Publicou um número considerável de obras na área de pesquisa linguística e teoria literária.
Todorov se baseia nos textos do próprio Cristóvão Colombo para relatar a chegada do europeu no Novo Mundo. Ele parte do pressuposto de que a América já havia sido inventada antes de descoberta, ou seja, Colombo tinha uma ideia pré-concebida do que iria encontrar na América e isso influenciou a sua relação com o outro. No centro da discussão de Todorov está a questão do eu, no esforço da interpretação de Colombo em relação aos índios, através da tela das ideologias do próprio Colombo e da barreira linguística. Colombo não consegue entender os índios, e não faz nenhum esforço para isso. Ele os considera como objetos vivos, como parte da paisagem. Essa é, segundo Todorov, a visão que o primeiro conquistador teve ao entrar em contato com o outro. Mas e a visão do índio em relação ao outro? “É possível, como diz Colombo, que os índios tenham considerado a possibilidade de os espanhóis serem seres de origem divina; o que daria uma boa explicação para o medo inicial, e seu desaparecimento diante do comportamento humano dos espanhóis”1 , comportamento esse que Todorov classifica como sendo a cobiça dos espanhóis, a busca por riquezas e prazeres. Ele conclui essa parte do livro afirmando que Colombo descobriu a América, mas não os americanos. Uma questão de alteridade.
Todorov explica as razões da vitória dos espanhóis sobre os índios, e para isso ele utiliza como exemplo a personagem de Montezuma, imperador asteca que teve seu reino invadido por Hernán Cortés em 1519. Para reconstruir essa história, as fontes mais preciosas de Todorov são as descrições, compilações e traduções de monges espanhóis, os escritos de índios ou mestiços e os relatos do próprio Cortés. O que intriga o autor é como Cortés, liderando algumas centenas de homens, tenha conseguido tomar o reino de Montezuma, que dispunha de várias centenas de milhares de guerreiros. Todorov constrói uma teoria que se baseia na importância que os astecas davam aos signos, ao calendário cíclico e as interpretações das mensagens de seus deuses (adivinhações e presságios), ou seja, uma teoria relacionada à comunicação dos índios com os deuses (semiótica). Além disso, a vitória dos espanhóis também se explica, dentro dessa teoria, devido ao fato de que os espanhóis eram superiores aos índios na comunicação inter-humana.