A “INFELIZ” CERCA DA DESIGUALDADE SOCIAL
Quando se fala em desigualdade social, poucos escritores são tão fiéis na definição do tema como Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Em “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”, o escritor-filósofo aborda a origem da propriedade-privada e provoca: uma “cerca” teria sido a causa de males, guerras e assassinatos. “O primeiro que, ao cercar um terreno, teve a audácia de dizer isto é meu e encontrou gente bastante simples para acreditar nele foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras e assassinatos, quantas misérias e horrores teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas e cobrindo o fosso, tivesse gritado aos seus semelhantes: ‘Não escutem este impostor! Estarão perdidos se esquecerem que os frutos são de todos e a terra é de ninguém’”. (ROUSSEAU, p.80).
Rousseau diz que o homem vivia em estado de natureza. Tinha uma vida simples e solitária, com necessidades muito limitadas e com os instrumentos que havia inventado para satisfazê-las, os homens, gozando de um lazer maior. Em outras palavras, não haveria disputa onde não existisse propriedade. Em suma, Rousseau diz que por um lado há concorrência e rivalidade; por outro, oposição de interesse e sempre o desejo oculto de tirar proveito à custa de outrem. Todos esses males são o primeiro efeito da propriedade e o cortejo indispensável da desigualdade nascente. (ROUSSEAU, p. 93).
No Brasil, uma das grandes lutas é reduzir a desigualdade social. Em 2011, o governo federal apresentou sua logomarca “País rico é país sem pobreza”. Era a tentativa de o governo reafirmar compromisso de dar prioridade à erradicação da miséria e redução da pobreza extrema no País. O Brasil enfrenta hoje esse grande desafio. A desigualdade caiu. É fato. Mas, a concentração de riqueza está nas mãos de poucos. Os 10% mais ricos do País concentram 75,4% da riqueza, aponta o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). É bom então atentarmos para o que Rousseau disse que o homem poderia viver “numa situação mais feliz se não tivesse nem mal a temer nem bem a esperar de ninguém”.
Edgar Leite Elegância, Revista Sociologia, n. 51
Assinale a alternativa correta. No texto “A (in)feliz cerca da desigualdade social”, o jornalista Edgar Leite Elegância defende a ideia de que:
uma “cerca” teria sido a causa de males, guerras e assassinatos.
no Brasil, a desigualdade social caiu, embora ainda seja um grave problema.
reduzir a desigualdade social é ainda uma das grandes lutas no Brasil.
a sociedade atual se fundamenta na propriedade privada.
Rousseau foi quem melhor definiu o tema da desigualdade social.
Respostas
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2
Sim, a alternativa C está correta.
Em um contexto histórico a sociedade como observamos hoje é composta de dois polos:
A camada financeiramente mais rica e a parcela segregada, fato exposto por Marx em suas teorias sobre a luta de classes.
Deste modo, observamos que as desigualdades sociais surgem na medida que o capitalismo floresce sendo uma grande problemática que deve ser sanada por medidas e políticas afirmativas promovidas pelo governo federal do nosso país.
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