Dissertação sobre o "Capacitismo na sociedade brasileira" URGENTEEE!!!!
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Resposta: Em sua obra “Ensaio sobre a Cegueira”, o escritor José Saramago ressalta a importância de ter olhos quando todos os perderam. Sob essa ótica, nota-se uma espécie de cegueira social, intrincada na sociedade, que impede os indivíduos de enxergarem problemas como o capacitismo no Brasil. Diante disso, a equivocada associação de deficiência à incapacidade contribui para a permanência dessa patologia social, a qual demanda discussões acerca das suas consequências.
De início, é frequente, no cotidiano brasileiro, observar filmes e novelas que, ao apresentarem personagens com algum tipo de deficiência, reduzem as histórias destes à deficiência que possuem e às limitações decorrentes desta. Atitudes infelizes como essa, apesar de serem frequentes, são capacitistas, pois não tratam da deficiência como característica da pessoa, mas sim como uma patologia. Portanto, é evidente que o capacitismo é fruto da estigmatização enraizada na sociedade acerca de que as pessoas com deficiência são limitadas. Com isso, torna-se claro que a indústria de entretenimento contribui para a persistência do capacitismo na sociedade brasileira, visto que associa pessoas deficientes à incapacidade, o que propaga a patologização da deficiência.
Como consequência disso, pessoas com deficiência sofrem com baixa autoestima e falta de oportunidades de trabalho. Apesar de haver legislação para assegurar que uma determinada quantidade de empregados seja composta por pessoas com deficiência, a capacidade intelectual e física destas é sempre questionada no ambiente laboral. Diante desse cenário, essas pessoas sentem-se inferiores e com a necessidade constante de mostrar suas habilidades e capacidades. Além disso, a patologização das PCD's (Pessoas com Deficiências), exercida pela sociedade, desperta nelas o sentimento constante de que suas deficiências são algo a ser tratado e, por isso, as torna inferiores. Nesse sentido, os efeitos psicossociais negativos nessas pessoas são potencializados através do preconceito sofrido no ambiente de trabalho.
Visto isso, é evidente que a indústria de entretenimento, ao patologizar pessoas com deficiência, fortalece o preconceito contra essas no ambiente laboral, associando-as à incapacidade. Diante disso, é necessário que o Estado - na figura do Poder Legislativo - garanta vagas, através de legislação específica, para PCD´s não apenas em empresas públicas e privadas, mas também em produções artísticas, como filmes, novelas, séries, peças teatrais e desenhos animados - incluindo conteúdos infantis. Além disso, o Ministério Público deve fiscalizar as produções artísticas que estejam limitando o enredo das personagens PCD´s às suas deficiências e dramatizando as limitações decorrentes destas. Essas medidas devem ocorrer através de lei federal que seja válida na União, estados e municípios. Por fim, atitudes como essas devem ser tomadas com a finalidade de dar visibilidade e tratamento igualitário a essas pessoas. Com isso, a cegueira social que não enxerga o problema do capacitismo poderá ser minimizada na população brasileira.
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