me ajudem por favor: texto o mate do João Cardoso:– A La Fresca!…. que demorou a tal fritada! Vancê reparou? Quando nós apeamos era a pino do meio-dia… e são três horas, largas…Cá pra mim esta gente esperou que as franguinhas se puseram galinhas e depois botassem, para depois apanharem os ovos e só então bater esta fritada encantada, que vai nos atrasar a troteada, obra de duas léguas…de beiço!… Isso até me faz lembrar um caso…Vancê nunca ouviu falar do João Cardoso?…Não?…É, pena. O João Cardoso era um sujeito que vivia por aqueles meios do Passo da Maria Gomes: bom velho, muito estimado, mas charlador como trinta e que dava um dente por dois dedos de prosa. Pois, como dizia: não passava andante pela porta ou mais longe ou mais adiante, que o velho João Cardoso não chamasse risonho, e renitente como mosca de ramada e aí, no mais já enxotava a cachorrada, e puxando o pito detrás da orelha, pigarreava e dizia: Olá amigo! apeie-se: descanse um pouco! Venha tomar um amargo! É um instantinho…crioulo?!… O andante, agradecido à sorte, aceitava… menos algum ressabiado, já se vê. Então que há de novo? (E para dentro de casa, com uma voz de trovão, ordenava:) Oh! Crioulo! Traz mate! E já se botava na conversa, falava, indagava, pedia “as novas”, dava as que sabia; ria-se, metia opiniões, aprovava umas cousas, ficava buzina com outras… E o tempo ia passando. O andante olhava para o cavalo, que já tinha se refrescado; olhava para o sol que subia ou descambava… e mexia o corpo para levantar-se. – Bueno! São horas, seu João Cardoso; vou marchando!… – Espere homem! É um instantinho! Oh! Crioulo, olha esse mate! E retornava a charla. Nisto o crioulo já calejado e sabido, chegava-se manhoso e cochichava no ouvido: – Senhor, não tem mais erva!… – Traz dessa mesma! Não demores crioulo!… Por fim o andante não aguentava mais e parava patrulha: – Passe bem, seu João Cardoso! Agora vou mesmo. Até a vista! – Ora, Patrício, espere! Oh crioulo. Olha o mate! – Não! Mande vir. Obrigado! Pra volta! E o velho João Cardoso, acompanhava-o até a beira da estrada e ainda teimava: – Quando passar, apeie-se! O chimarrão, aqui, nunca se corta, está sempre pronto! Boa viagem! Se quer esperar… olhe que é um instantinho… Oh! Crioulo!… Mas o embuçalado já tocava a trote largo. Os mates do João Cardoso criaram fama… A gente daquele tempo, até, quando queria dizer que uma cousa era tardia, demorada, maçante, embrulhona, dizia: – está como o mate do João Cardoso. A verdade é que em minha casa e por muitos motivos, ainda às vezes parece-me escutar o João Cardoso, velho de guerra, repetir ao seu crioulo: – Traz dessa mesma, diabo, que aqui o Sr. tem pressa!… – Vancê já não tem topado disso?… pergunta:pela linguagem utilizada, em que lugar do Brasil de passam os fatos narrados?
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Resposta:
▪︎ Pela linguagem lugar onde os fatos são narrados é uma cidade do Rio Grande do Sul.
"O chimarrão, aqui, nunca se corta, está sempre pronto! Boa viagem! Se quer esperar… olhe que é um instantinho… Oh! Crioulo!… Mas o embuçalado já tocava a trote largo."
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