a)Segundo o texto, qual a primeira obrigação de um africano? *
b) O que é uma família para os africanos? *
c) O que autor do texto quis dizer com a frase: “Na África não se separa a pessoa de seu grupo.”? Interprete. *
Respostas
Resposta:Em boa parte das sociedades africanas a família, resumidamente, é definida como uma unidade grupal na qual se desenvolvem três tipos de relações: aliança (casal), filiação (pais/ filhos) e consanguinidade (irmãos).
Explicação:Os espaços, que expressam "essa forma
social negro-brasileira", foram e continuam sendo
fundamentalmente os terreiros, as roças, as casas
de tradição, que passam a ser então, como arma
Sodré (1988) "uma África qualitativa que se faz
presente, condensada, reterritorializada" em
espaços construídos em diferentes localidades,
inicialmente, durante a vigência da escravidão, mais
afastados das áreas urbanas e depois em todo local
onde fosse possível, tomando as cidades, vilas,
bairros, sítios. Fala-se em "África qualitativa" para
expressar a dimensão tanto territorial quanto
cultural desses terreiros pois, "pouco importa (...) a
pequenez (quantitativa) do espaço topográco do
terreiro, pois ali se organiza, por intensidades, a
simbologia de um Cosmos" (1988:55). E por
reproduzir por diferentes formas uma mesma
Cosmovisão, o espaço/terreiro é também
metafórico e sintético na medida que nele se
"realizou um fenômeno de condensação do rito",
sínteses, recriações, adaptações de um universo
fragmentado pela repressão profunda e pelas
divisões operadas pelo escravismo, separando
pessoas de uma mesma etnia, comunidade e até de
uma mesma família.
Até a presente data, políticas de proteção e
salvaguarda do patrimônio, o conjunto material e
imaterial da cultura de origem africana preservado e
recriado nos terreiros é identicado como
"patrimônio material e imaterial" à "memória
coletiva" de um grupo, de um povo.
Os terreiros se constituem espaços de
busca do sentido de pertencimento. Nesse
sentido, embora tenham recebido diferentes
denominações a depender da região do país,
prevaleceu em todos esses territórios tradicionais
de matriz africana, "um conjunto organizado de
representações litúrgicas" que tornam esses
espaços/terreiros "territórios político/mítico",
lug a res de resistênc i a , tr ansmiss ão de
conhecimentos e preservação de identidades. Os
espaços/terreiros se tornaram ao longo das
décadas lugares privilegiados de manutenção,
construção e reconstrução tanto da tradição quanto
de sua identidade religiosa, considerando que, no
caso dos Povos Tradicionais de Matriz Africana, o
vínculo entre essas duas esferas é intrínseco e
indissolúvel.