• Matéria: Português
  • Autor: lg8661541
  • Perguntado 3 anos atrás

Sua presença em minha vida foi fundamental


Engraçado, eu não tenho um professor

inesquecível. Tenho muitos professores

inesquecíveis. A primeira professora que

minha memória grava não tinha carinho

comigo. Botava todos os meninos

branquinhos no colo, mas a mim, não.

Um dia, sentei no colo dela por minha

conta e ela me botou no chão. (Deve ser

por isso que até hoje sou maluco por colo

feminino...) Era uma escola particular,

papai não tinha como pagar as

mensalidades, era o patrão dele quem

pagava. Vai ver, daí vinha minha falta de

prestígio com a professora. Devia ter

esquecido o nome dela, mas não

esqueci. Ela se chamava Dulce, mas não

era nada doce.

Felizmente, não fiquei muito tempo nessa

escola, mas, por causa dela, vim vindo

pela vida curtindo uma enorme carência

afetiva. Que consegui transformar em

desenhos, livros, peças de teatro,

logotipos, cartazes e ilustrações – tudo a

preços módicos. (Pelo menos no início.

Agora, depois da fama, a preços mais

condizentes. Com a fama...)

Minha segunda professora marcante foi

dona Glorinha d’Ávila, mãe do poeta e

escritor mineiro João Ettiene Filho. Ela

era discípula de Helena Antipoff, que

revolucionou o ensino básico de Minas na

década de 40. Dona Helena percebeu

logo que não dava pra mudar a cabeça

das professoras mineiras, que tinham

ainda penduradas na parede da sala de

aula as assustadoras palmatórias. Então,

formou 150 jovens idealistas e as

espalhou por Minas Gerais, com a missão

de mudar a escola por dentro. Uma

dessas jovens era a dona Glorinha, que,

entre outras coisas e contra a vontade

das velhas professoras do Grupo Escolar

e de sua rabugenta diretora, retirou a palmatória furadinha da parede de minha

classe. Só mais tarde foi que percebi a

luta de dona Glorinha. Que ela venceu.

Descobrindo – bem mais tarde – que sua

presença em minha vida tinha sido

fundamental para que não a perdesse por

aí. A vida, digo. Um domingo, fiz a

primeira comunhão e não ganhei

santinho. Na segunda-feira, ela mandou

me chamar na secretaria. “Você fez

primeira comunhão ontem, não fez?”

Como é, meu Deus, que uma pessoa

adulta, tão importante, pôde prestar

atenção num menininho pardo fazendo

primeira comunhão naquela catedral tão

grande? (Pois minha cidadezinha tinha

catedral...) Ela aí perguntou: “Você

ganhou um santinho de recordação?”

Não havia ganho, não. Aí, ela abriu a

gaveta, tirou um santinho lindo e

escreveu uma dedicatória onde li as

palavras “brilhante” e “futuro” que, na

hora, não fizeram o menor sentido para

mim. Somente um pouco mais tarde

descobri que ela sabia tudo da minha

vida, vinha me observando no meio de

centenas de alunos do velho Grupo e até

já havia mandado chamar meu pai pra

conversar...

Engraçado, agora, remoendo essas

lembranças, descubro que tive uma

professora maluquinha, sim. Foi a Dona

Glorinha d’Ávila, tão pequeninha, tão

frágil, tão bonitinha...

1.Ao concluir a leitura, podemos dizer que se

trata de um texto de memórias literárias pelo

fato de

(A) a história estar tratando de informações

importantes para a nossa cidade.

(B) o texto ter verbos no passado que dão ao leitor

a ideia de que o narrador está no presente, falando

de fatos já acontecidos.

(C) o narrador ser apenas um observador dos

acontecimentos.

(D) ser uma narrativa que trata de ações para o

futuro.
2. O narrador só recebeu o santinho de recordação

por sua primeira comunhão porque

(A) a professora Dulce o entregou.

(B) Glorinha, a professora, sabia tudo da sua vida,

inclusive que não ganhou santinho.

(C) o padre o entregou.

(D) somente alguns meninos receberiam a

lembrancinha.
3.No trecho “Como é, meu Deus, que uma

pessoa adulta, tão importante, pôde prestar

atenção num menininho pardo fazendo

primeira comunhão naquela catedral tão

grande? ”, o ponto de interrogação representa

(A) a pergunta que o narrador fazia a si mesmo,

admirado por ter sido notado por sua professora.

(B) a revolta do narrador por não ganhar o

santinho de recordação.

(C) o questionamento que o narrador fez a

professora Glorinha.

(D) a admiração de não receber o santinho.


Me ajudem e pra provar de amanhã


anthonycarlos74626: oooiii

Respostas

respondido por: maduhferreira974
2

1- (b)

2- (b)

3- (a)                  

Explicação:


lg8661541: E pergunta nós de marcar
lg8661541: Não *
respondido por: guinho46paaj43
0

Resposta:

(B) Glorinha, a professora, sabia tudo da sua vida, inclusive que não ganhou santinho

Explicação:

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