Respostas
Resposta:
16 de maio de 1617
(404 anos)
Explicação:
Resposta:
As primeiras tentativas de colonização portuguesa nada mais foram do que uma forma de conter os ataques de piratas às nossas costas em busca do pau brasil e outras eventuais explorações, até de metais preciosos.
A data de fundação da Aldeia de São Pedro do Cabo Frio não constituiu para os primeiros historiadores que dela se ocuparam um ponto pacífico. No entanto, Silva Lisboa, Alberto Lamego e Padre Serafim Leite concordam que a data de 31 de Maio (“Derradeiro de Maio”) seria o dia exato do despacho do Capitão-Mor de Cabo Frio, Estevam Gomes, ao requerimento que lhe fora interposto pelo Padre Antônio de Mattos, Reitor do Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro. A carta da sesmaria foi passada em 3 de junho seguinte e a posse verificou-se no dia 5 do dito mês. Das terras concedidas aos índios, a terça parte foi destinada aos padres da Companhia. Elas abrangiam duas sesmarias, uma em lugar denominado Jacuruna, nome da região onde hoje se encontra a cidade de São Pedro da Aldeia, e cujo nome vem do Tupi Jacu, ave comum na região, e una preto, cor da sua penugem – a outra sesmaria a ser escolhida seria na Ponta dos Búzios ou em Iguna (Rio Una), “sendo que a rejeitada, seria repartida pelo povo de Cabo Frio, o que nunca se fez”, conforme Lamego, em A Terra Goytacá.
O núcleo original da Aldeia de São Pedro foi constituído por 500 índios já catequizados, trazidos do Espírito Santo, da aldeia de Reritiba, na qual havia exercido o sacerdócio o padre José de Anchieta, e que hoje, em sua homenagem leva seu nome.
A primeira página da história aldeense nos dá Serafim Leite, citando em tradução, trecho da obra de Baltasar de Siqueira, intitulada “TRIENNIUM LITTERARUM AB ANNO MILESIMO SEXCENTESIMO DECIMO SEPTIMO AD DECIMUM NONUM”. “Esta teve início no ano de 1617. Exercitam nela os ministérios da Companhia dois Padres, que trouxeram para ela, da Capitania do Espírito Santo, 500 índios; O Capitão de Cabo Frio, Estevam Gomes, recebeu-os com todo o obséquio e cortesia. E os padres, feito o desembarque, principiaram por Deus, sem o qual nenhum começo de coisas pode ser feliz. Celebrou solenemente o Santo Sacrifício da Missa, com cantos a duas vozes, pelos índios que trouxeram consigo. Depois seguiram para o lugar escolhido, levantaram a Igreja e construíram as casas”. Para ter uma ideia do crescimento da aldeia, em 1689, a Aldeia de São Pedro do Cabo Frio tinha três vezes a população da aldeia de São Lourenço de Niterói.
Em novembro de 1759, o desembargador João Cardozo de Azevedo realizou o sequestro da Aldeia de São Pedro e aprisionou três jesuítas que trabalhavam na conversão dos gentios. Extinta a Companhia de Jesus, o cargo de doutrina e administração do povoado foi entregue aos padres Capuchos da Província da Conceição, até a posterior transformação em Paróquia. A elevação a esta categoria, que se deu em 2 de dezembro de 1795, serviu para impulsionar a participação efetiva de São Pedro na vida da Província e também marcou o começo da efetiva migração dos “brancos” para a antiga aldeia. O primeiro pároco, Manuel da Almeida Barreto, foi o primeiro clérigo secular dentro desta nova prerrogativa.
Longe de cessarem os conflitos na região, São Pedro viu surgir uma nova rusga no relacionamento entre Metrópole e colônia. Comercialização do sal era monopólio régio, ou seja, todo o sal consumido na colônia deveria vir da metrópole. O problema é que já no final do século XVIII, desde a cidade de Cabo Frio, até a lagoa de Araruama, os habitantes começavam a explorar o sal. Queimando a parte superior das dunas salinas, eles formavam uma casca que permitia a conservação e a posterior comercialização, o que prejudicava o monopólio português. A fartura conseguida, evidentemente que diminuiu o consumo de sal de Portugal. Depois de inúmeras queixas, o Reino Português começou a ceder, mas já era tarde. Conforme notícia de 1797, ” a preguiça dos povoadores atuais em extrair o lodo e as ervas podres do lugar onde se faz a colhedura, fez com que se perdesse maior parte da produção no lodo”, mas ressaltava, “isso não se perdeu assim na salina dos índios da Aldeia de São Pedro, formada em terra firme, em lugar denominado Apicuz, que beneficiada em termos, deu o sal tão puro como um cristal e nenhum grão se desperdiçou”.