• Matéria: Português
  • Autor: gatogalinho
  • Perguntado 3 anos atrás

Texto para as questões 02 e 03.

Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para responder às questões a seguir.

Poema só para Jaime Ovalle1

Quando hoje acordei, ainda fazia escuro

(Embora a manhã já estivesse avançada).

Chovia.

Chovia uma triste chuva de resignação

Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite.

Então me levantei,

Bebi o café que eu mesmo preparei,

Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando...

– Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei.

Jaime Ovalle (1894-1955): compositor e instrumentista. Aproximou-se do meio intelectual carioca e se

tornou amigo íntimo de Villa-Lobos, Di Cavalcanti, Sérgio Buarque de Hollanda e Manuel Bandeira. Sua

música mais famosa é “Azulão”, em parceria com o poeta Manuel Bandeira. (Dicionário Cravo Albin da

música popular brasileira.)

2-)No poema, Bandeira explora uma espécie de contraste entre os tempos verbais “pretérito perfeito” e

“pretérito imperfeito”. Dos pontos de vista sintático e semântico, que padrão pode ser percebido no

emprego desses dois tempos verbais? Identifique no poema dois outros termos que também indicam

circunstância temporal e acabam por reforçar seu caráter narrativo. Justifique sua resposta.

3-)“Pleonasmo (do grego pleonasmós, superabundância): emprego de palavras redundantes, de igual

sentido; redundância. Há o pleonasmo vicioso, decorrente da ignorância da língua e que deve ser evitado,

e o pleonasmo estilístico, usado intencionalmente para comunicar à expressão mais vigor ou intensidade.”

Transcreva o verso em que se verifica a ocorrência de um pleonasmo. Justifique sua resposta. Identifique

ainda duas características do poema, uma formal e outra temática, que o vinculam ao movimento
modernista brasileiro​

Anexos:

Respostas

respondido por: maluwuzhere
5

Resposta:

Explicação: 2- Os verbos no pretérito perfeito, transitivos diretos (“levantei”, “bebi”,

“preparei”, “deitei”, “acendi”...), são relacionados ao sujeito “eu“ com a intenção de demonstrar a introspectividade do eu lírico, seu mundo interior; por outro lado, os verbos no pretérito imperfeito, intransitivos (“fazia”, “chovia”), geralmente fazem referencia ao mundo exterior

3- Há pleonasmo em “chovia uma triste chuva de resignação” (verso 4). A redundância é perceptível no emprego do objeto direto, especialmente do núcleo nominal “chuva” – logicamente, deduzir-se- ia que “chovia” uma “chuva”.

Formalmente, o poema associa-se ao modernismo devido à presença de versos livres (ou seja, sem metrificação regular). Tematicamente, o poema aborda a simplicidade do cotidiano, tópico comum na obra lírica de autores como Manuel Bandeira e seus contemporâneos.

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