Enunciado
TEXTO:
Mocidade e morte
Oh! Eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh’alma adejar2 pelo infinito,
Qual branca vela3 n’amplidão dos mares1.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
— Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz5 responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
Morrer... quando este mundo é um paraíso,
E a alma um cisne de douradas plumas:
Não! o seio da amante é um lago virgem4...
Quero boiar à tona das espumas.
Vem! formosa mulher — camélia pálida,
Que banharam de pranto as alvoradas. Minh’alma é a borboleta, que espaneja
O pó das asas lúcidas, douradas...
E a mesma voz6 repete-me terrível,
Com gargalhar sarcástico: — impossível! [...]
CASTRO ALVES, Antônio de. Espumas flutuantes. In: ______. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1977. p. 88.
Há uma afirmação correta sobre a linguagem do poema em
I. “Qual branca vela n’amplidão dos mares.” (Ref.1) é um verso construído a partir da comparação entre o “adejar” (Ref.2) da alma no infinito e o movimento da “vela” (Ref.3) nos mares.
II. No verso 7, “Árabe errante, vou dormir à tarde”, há um termo empregado no lugar do outro, pela proximidade de sentido entre ambos.
III. Em “o seio da amante é um lago virgem...” (Ref.4), há evocação de duas sensações cinestésicas.
IV. No verso 16 — “Que banharam de pranto as alvoradas.” —, há uma inversão da posição usual dos termos essenciais da oração.
V. As expressões “uma voz” (Ref.5) e “mesma voz” (Ref.6) são referências a uma premonição ou intuição da iminência da morte.
A alternativa em que todas as afirmativas indicadas estão corretas é a
A.
I e II.
B.
II e IV.
C.
III e V.
D.
I, IV e V.
E.
II, III e V.
Respostas
respondido por:
1
Resposta:
D. I “Qual branca vela n’amplidão dos mares.” (Ref.1) é um verso construído a partir da comparação entre o “adejar” (Ref.2) da alma no infinito e o movimento da “vela” (Ref.3) nos mares.
IV. No verso 16 — “Que banharam de pranto as alvoradas.” —, há uma inversão da posição usual dos termos essenciais da oração.
V. As expressões “uma voz” (Ref.5) e “mesma voz” (Ref.6) são referências a uma premonição ou intuição da iminência da morte.
Letra D = I, IV e V
Explicação:
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