Enunciado Amor Quand la mort est si belle, Il est doux de mourir. (V. Hugo) Amemos! Quero de amor Viver no teu coração! Sofrer e amar essa dor Que desmaia de paixão! Na tu’alma, em teus encantos E na tua palidez E nos teus ardentes prantos Suspirar de languidez! Quero em teus lábios beber Os teus amores do céu, Quero em teu seio morrer No enlevo do seio teu! Quero viver d’esperança, Quero tremer e sentir! Na tua cheirosa trança Quero sonhar e dormir! Vem, anjo, minha donzela, Minha’alma, meu coração! Que noite, que noite bela! Como é doce a viração! E entre os suspiros do vento Da noite ao mole frescor, Quero viver um momento, Morrer contigo de amor! AZEVEDO, Álvares de. Disponível em: . Acesso em: jun. 2014. Sobre o texto, analise as afirmativas a seguir: I. O eu lírico, nos versos do poema, expressa seus sentimentos de forma polida, cuidadosa, ponderada e sem quaisquer extremismos, razão pela qual a poesia de Álvares de Azevedo não pode ser entendida como exemplo claro de um texto dito romântico. II. Há, no poema em análise, versos que apontam a necessidade de o eu lírico amar profundamente. Esse amor é tomado por uma subjetividade também profunda, afastando-se, quase por completo, das raias da racionalidade. III. Os versos “Morrer contigo de amor” e “Sofrer e amar essa dor” explicitam a intensidade que o eu lírico pretende dar vida a essa relação. Temas como amor e morte são recorrentes nos textos de Álvares de Azevedo, exímio representante da poesia romântica. IV. Não apenas no texto em análise mas também nos textos de Álvares de Azevedo, de modo geral, há uma exacerbação da objetividade dos sentimentos, espécie de refutação ao que é demasiadamente onírico e evasivo, taciturno e escapista. V. O verso “Que noite, que noite bela!” remete o leitor a perceber que o amor do eu lírico será vivenciado na sua forma mais completa e qualitativa sob a regência da Lua. Nos poemas de Álvares de Azevedo, a noite é o tempo privilegiado para o amor. Está CORRE
Respostas
Resposta:
C. II, III e V.
Explicação:
A questão demanda conhecimentos sobre as características que compõem o Romantismo, sobretudo o período definido como a “segunda geração romântica”; exige-se, ainda, o conhecimento acerca da obra de Álvares de Azevedo, poeta exemplar do período destacado. A afirmativa I, sobre o poema lido e as características do movimento literário, está incorreta, pois os sentimentos amorosos expressos no texto e na obra do autor são marcados pelo apelo intenso e devastador, nada contido, o que torna o amor impossível de realização. Tais características são notadas na afirmativa II, que está, portanto, correta. O eu lírico do poema rompe as barreiras do real ao sentir tão intensamente o amor, a ponto de desejar a morte nos braços da pessoa amada, ideias comprovadas nos versos apresentados, corretamente, pela afirmativa III. A afirmação em IV está incorreta, pelo que já foi exposto, nota-se a ausência de objetividade no poema, característica do autor e de sua obra, em que o irreal e o delírio têm forte presença. Por fim, em IV, comenta-se a importância da noite, tempo privilegiado, de fato, nos textos românticos da segunda geração, que têm forte apelo pelo noturno, pelos sonhos.
Resposta:
C.
II, III e V.
Explicação:
A questão demanda conhecimentos sobre as características que compõem o Romantismo, sobretudo o período definido como a “segunda geração romântica”; exige-se, ainda, o conhecimento acerca da obra de Álvares de Azevedo, poeta exemplar do período destacado. A afirmativa I, sobre o poema lido e as características do movimento literário, está incorreta, pois os sentimentos amorosos expressos no texto e na obra do autor são marcados pelo apelo intenso e devastador, nada contido, o que torna o amor impossível de realização. Tais características são notadas na afirmativa II, que está, portanto, correta. O eu lírico do poema rompe as barreiras do real ao sentir tão intensamente o amor, a ponto de desejar a morte nos braços da pessoa amada, ideias comprovadas nos versos apresentados, corretamente, pela afirmativa III. A afirmação em IV está incorreta, pelo que já foi exposto, nota-se a ausência de objetividade no poema, característica do autor e de sua obra, em que o irreal e o delírio têm forte presença. Por fim, em IV, comenta-se a importância da noite, tempo privilegiado, de fato, nos textos românticos da segunda geração, que têm forte apelo pelo noturno, pelos sonhos.