O padeiro (...) Tomo meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. Enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: – Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? – Então você não é ninguém? Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer e ouvir uma voz que vinha lá de dentro da casa perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é ninguém, não, senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém... Ele me contou isso sem mágoa nenhuma e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo, eu também, como os padeiros, fazia trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como o pão saído do forno. Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; "não é ninguém, é o padeiro!". E assobiava pelas escadas. “Enquanto tomo café, vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente.” O cronista julgou o padeiro um homem modesto, porque percebeu que a) a função dele (do padeiro) era muito fácil de ser exercida. b) ele (o padeiro) desempenhava um papel secundário na sociedade. c) sendo ele (o padeiro) pouco “letrado”, não poderia ocupar cargos como o que o cronista ocupava. d) ele (o padeiro) estava consciente da importância que tinha para a sociedade. e) ele (o padeiro) se considerava menos importante do que realmente era.
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e) Ele se considerava menos importante do que realmente era.
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