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Resposta:
Ao longo dos últimos anos, muitas pessoas mudaram sua percepção sobre a desigualdade racial no Brasil. Antes, era senso comum que não havia racismo e que os negros só não se destacavam na sociedade por condições sociais. Hoje, a maioria dos brasileiros acredita que existe racismo no Brasil. Mas a compreensão da natureza do preconceito racial contra negros no Brasil ainda gera muitas questões. Esta pesquisa foi orientada para a busca da compreensão de uma dessas questões: a relação entre o preconceito sutil, o preconceito flagrante e a tendência à adesão ao fascismo. Para isso, foi realizada uma pesquisa social crítica que como hipótese estabeleceu que o preconceito sutil e o preconceito flagrante contra negros estão relacionados à tendência à adesão ao fascismo. Para investigar essa hipótese, cento e três universitários (103) do curso de Administração de Empresas, auto-identificados como brancos, responderam a um questionário. O questionário foi composto pelas escalas F (fascismo), preconceito flagrante e preconceito sutil. Foram verificadas correlações significativas entre os escores das três escalas. Também foi observado que os sujeitos, em média, obtiveram escores mais altos na escala F, seguida da de preconceito sutil e, por último, da escala de preconceito flagrante. Foi realizada uma análise fatorial pelo método dos componentes principais das três escalas. A correlação entre a escala F e a escala do preconceito sutil chama a atenção porque se esperava uma relação maior entre a tendência à adesão ao fascismo e ao preconceito flagrante do que entre a tendência à adesão ao fascismo e ao preconceito sutil. Mas os estudantes mais preconceituosos sutis contra os negros tendem ao fascismo, do mesmo modo que os preconceituosos flagrantes. Outra conclusão importante, a partir dessa correlação e da análise dos componentes principais das escalas, é que o preconceito sutil sinaliza semelhanças entre as condições psicológicas para a adesão ao fascismo e à ideologia racista contemporânea. Essas conclusões indicam a necessidade de que as medidas igualitárias entre brancos e negros sejam acompanhadas da crítica e da mudança das condições sociais que levam ao autoritarismo, uma vez que o fascismo e o preconceito contra negros, inclusive o sutil, estão relacionados
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