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Resposta:
Guerra dos Mascates, que se registrou de 1710 a 1711 na Capitania de Pernambuco, é considerada um movimento nativista pela historiografia em História do Brasil.
O mascate e seu escravo, de Henry Chamberlain.
Oficiais de cavalaria. Brasil, sec. XVIII
Confrontaram-se os senhores de terras e de engenhos pernambucanos, concentrados em Olinda, e os comerciantes reinóis (portugueses da metrópole) do Recife, chamados pejorativamente de mascates. Quando houve as sedições entre os mascates europeus do Recife e a aristocracia rural de Olinda, os comerciantes portugueses - mascates - eram apelidados pelos senhores de engenho desta forma uma vez que saiam vendendo seus produtos de porta em porta. Lado outro, os senhores de engenho, pés rapados - alcunha usada de forma pejorativa para se referir às pessoas mais pobres. Como não existia pavimento nas ruas, era comum haver lama, fazendo assim os mais pobres, inevitavelmente, sujarem os pés, já que não tinham condições de obterem outros meios de transporte . Assim havia objetos de ferro para que as esses esfregassem as sola dos calçados a fim de diminuir a sujeira - receberam este apelido porque estavam enfrentando uma difícil situação financeira , deste modo recorriam aos comerciantes reinóis para tomar dinheiro emprestado , fazendo assim os mascates terem uma concepção sobre esses de falidos, necessitados, pobres, afinal.
Causas
Anos após a expulsão dos holandeses de Pernambuco, a economia da região entrou numa crise decorrente da baixa do açúcar no mercado internacional e da concorrência do açúcar produzido nas Antilhas.[1]
A concorrência afetou os ricos senhores de engenho de Olinda, que entraram em decadência por não mais obterem os lucros com a produção açucareira. Sem capital para saldar suas dívidas, os latifundiários passaram a precisar de empréstimos. Naquela época os comerciantes portugueses, chamados de mascates, ocupavam a cidade do Recife e possuíam dinheiro para emprestar aos senhores de Olinda, porém cobravam juros altíssimos pelos empréstimos, ocasionando o endividamento cada vez maior dos olindenses.
Embora dependentes economicamente dos comerciantes portugueses, os senhores de engenho pernambucanos não aceitaram a emancipação político-administrativa do Recife, até então uma comarca subordinada a Olinda. A emancipação do Recife foi percebida como uma agravante da situação dos latifundiários locais (devedores) diante da burguesia lusitana (credora), que por esse mecanismo passava a se colocar em patamar de igualdade política.
Até o final do século XVII, Olinda era a principal cidade de Pernambuco, onde moravam ricos senhores de engenhos, que pensavam que sua fortuna jamais acabaria. Mas isso aconteceu, por uma guerra de preços do açúcar no mercado europeu, e os senhores de engenho de Olinda começaram a pedir dinheiro emprestado aos comerciantes do Recife, mero povoado. Aos poucos, foram surgindo ódio e conflitos. Conscientes de sua importância, os comerciantes pediram ao rei de Portugal que o povoado fosse elevado a vila. Quando estava sendo concretizada a separação entre as duas cidades, em 1710, os senhores de Olinda se revoltaram, tendo como um dos chefes o proprietário de engenho Bernardo Vieira de Melo. Sem condição de resistir, os comerciantes mais ricos do Recife fugiram para não serem capturados. A metrópole interveio na região, em 1711, prendendo os líderes da rebelião. Recife foi elevada à condição de capital de Pernambuco.
Após a vitória dos mascates, comerciantes percebem o predomínio do comércio em relação à produção colonial que já ocorria já que os senhores de Olinda pegavam dinheiro emprestado a juros com os mascates para conseguirem manter seu sistema colonial.