• Matéria: Ed. Física
  • Autor: eduardobretasdemoura
  • Perguntado 3 anos atrás

Por que a equipe Olímpica de refugiados se sente mais relevante do que nunca?​

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respondido por: BananaRespostas
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Uma questão “politizada”

Formada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), a Equipe Olímpica de Refugiados tem atletas originários de 11 nações diferentes, que vivem e treinam em 13 países.

Em 2021, com os Jogos ocorrendo em meio à pandemia de Covid-19, suas histórias e sua inclusão no movimento olímpico parecem mais relevantes do que nunca, de acordo com Filippo Grandi, o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

“Todos compartilhamos dificuldades, privações e separação de pessoas queridas; todos nós vivemos uma espécie de exílio coletivo”, afirmou Grandi à CNN Sport.

“Todos esses rapazes e moças têm por trás de si, além da Covid, uma história de privação, separação de entes queridos, exílio físico real. De alguma forma, eles carregavam um duplo simbolismo naquela entrada no Estádio Olímpico (para a Cerimônia de Abertura dos Jogos)”.

Na Europa, a pandemia exacerbou a crise migratória. Organizações humanitárias afirmam que os retrocessos nas fronteiras de países como a Grécia, a ausência de resgates marítimos no Mediterrâneo e os arranjos de quarentena insalubres criaram enormes desafios.

As restrições aos movimentos, bem como o fechamento de rotas de transporte e centros de processamento, tornaram as viagens mais difíceis e perigosas.

“A questão dos refugiados, da migração, das pessoas que precisam se mudar por causa de diferentes necessidades, ficou muito politizada, muito manipulada por políticos inescrupulosos”, opinou Grandi.

“Muitas vezes essas pessoas se mudam porque fogem da guerra, da perseguição. E, no caso dos imigrantes, que é um grupo diferente de pessoas, eles fogem por pura necessidade. Todas essas pessoas foram retratadas erroneamente como pessoas que vêm ameaçar sociedades ricas, roubar empregos, enfraquecer valores, trazer insegurança – uma abordagem muito negativa”, continuou o alto comissário.

Rebeca não ficou no pódio no solo, mas garantiu um ouro e uma prata nos Jogos

Crédito: Ashley Landis - 2.ago.2021/AP

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“Os refugiados trazem enormes contribuições, ajudam a construir nações, a tornar as economias mais prósperas e trazem diversidade às sociedades. Devemos olhar dessa maneira. Esta é a mensagem mais profunda e importante desta equipe”, concluiu.

A equipe olímpica de refugiados ainda não conquistou sua primeira medalha olímpica. A atleta Kimia Alizadeh, que já competiu pelo Irã, chegou mais perto depois de vencer suas três primeiras lutas de taekwondo em Tóquio. Mas perdeu as duas lutas seguintes, incluindo aquela na qual competiu pela medalha de bronze.

“Seria uma mensagem incrível de conquista, de esperança no futuro para muitos milhões de pessoas”, afirmou Grandi sobre o que uma medalha significaria para um dos atletas da equipe. “Há 82,4 milhões de refugiados e deslocados em todo o mundo; esta é a equipe deles também”.

Mesmo sem medalha, a própria presença desses atletas nas Olimpíadas – e as jornadas que fizeram para chegar nos jogos – já é o suficiente para inspirar.

Mohammed tem seus próprios objetivos para os Jogos: fazer o tempo de 13:30 nos 5.000 metros e se classificar para a final.

“(Estar aqui) É como um sonho que se tornou realidade. Estou apenas esperando o dia do evento para colocar meu kit e dar o meu melhor. Estou me sentindo muito bem”.


eduardobretasdemoura: podia ser mais resumido
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