A relação professor-aluno se dá a partir de uma concepção de educação, aluno e aprendizagem que o professor constrói ao longo de seu exercício profissional e de seus estudos. É sempre importante analisar como essas concepções orientam a relação.
Imagine que você é coordenador de uma escola infantil cuja proposta pedagógica é apoiada na teoria histórico-cultural. Você se deparou com a seguinte situação:
Para que a diretora compreenda o que de fato acontece, você deve elaborar um pequeno texto com informações nas que ela possa se basear quando conversar com os pais. O texto deve considerar:
a) Os pontos que os pais levantaram sobre a conduta da professora, evidenciando a concepção de aprendizagem dela.
b) Uma análise, à luz das teorias psicológicas de aprendizagem, da visão dessa professora quanto aos seus alunos e aprendizagens.
c) Uma explicação que evidencie a diferença entre a concepção da professora e a proposta pedagógica da escola, destacando como deve ser a relação entre alunos e professores nesse ambiente.
Respostas
Resposta:
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O texto poderia ser elaborado da seguinte forma:
A professora tem sua prática pedagógica orientada pela concepção empirista de aprendizagem, pois, ao “castigar” as crianças que não apresentam o comportamento desejado ou que não realizam as tarefas da maneira como determina, a professora revela a crença de que precisa ajustar esses comportamentos e estimulá-los a acelerar os estudos, pois acredita que as crianças não sabem quase nada e que, dessa forma, têm muito o que aprender.
Assim, castigo e recompensa são, na sua visão, estímulos para ensinar aos alunos um comportamento desejado. Ao observar que determinado comportamento não pode ser ajustado, mesmo com imposições mais acaloradas e por vezes agressivas, a professora encaminhou a criança para tratamento com um profissional que, na sua perspectiva, irá ministrar medicamentos para acalmá-la, como é o caso do aluno com suspeita de déficit de atenção e hiperatividade. A ideia de que os problemas são sempre externos às práticas em sala de aula levaram a professora a tomar as atitudes que tomou.
No entanto, há aspectos de sua prática que precisam ser ajustados à legislação e à proposta pedagógica da escola. A professora precisa partir da concepção de que a Educação Infantil tem como eixos estruturantes as interações e as brincadeiras. Portanto, as práticas pedagógicas sempre se apoiam no brincar e nas interações; por isso, a professora não pode privar as crianças nem de brincar, nem de interagir com seus pares, seja com o propósito de aplicar castigo ou por qualquer outro motivo. Numa escola com concepção situada na teoria histórico-cultural, apresentam-se desafios às crianças para que estas possam, de maneira interativa, buscar possíveis soluções.
Ainda, a professora precisa entender que a Educação Infantil não tem como proposta a alfabetização, e sim o letramento. Ela, como mediadora desse processo, precisa organizar suas propostas pedagógicas de forma intencional, para que as crianças sejam constantemente conduzidas ao desenvolvimento de novos conhecimentos, e não cobradas em relação a habilidades e competências que não competem a esse nível de ensino.
Além disso, as crianças já têm muitos saberes, e é a partir deles que as atividades devem ser desenvolvidas. A diretora precisa, a partir dessas orientações, conversar com a professora para que esta ajuste o seu trabalho de acordo com a proposta da escola e com o que determina a legislação.
O coordenador é um parceiro experiente para ajudar os educadores a refletir sobre sua concepção e compreender que, nessa escola, a relação professor-aluno precisa ser pautada em vínculos afetivos e de confiança, jamais de medo ou de punição. Afinal, cada criança tem suas características próprias, individualidades que precisam ser respeitadas. O papel da escola é aproximar o aluno da cultura de forma que este desenvolva um pensamento mais elaborado sobre o mundo; ou seja, ao interagir com signos e instrumentos, a criança aprende a desenvolver o pensamento superior. Por fim, a professora precisa ser acompanhada em formação continuada na escola.
Em relação aos conflitos escolares, vislumbrando especificamente o conflito apresentado, é preciso que o a professora possa se atualizar e entender que os tempos mudaram e que nos dias de hoje o centro do sistema de ensino é o aluno e o papel do professor é de orientador.
Conflitos escolares em foco
A - Em uma rede de ensino os pais devem ter toda a liberdade para expressar opiniões e questionar ações, portanto, deve se deixar claro para esses pais que eles estão sendo escutados e os apontamentos dos mesmos estão sendo levados em conta.
B - A teoria que a escola segue corresponde a teoria histórico cultural, portanto, ela deve levar em conta as diferentes linguagens dentro da escola, bem como a diversidade cultural, promovendo um ambiente que motive a socialização, as trocas, a pesquisa a valorização do sujeito e a construção da realidade. Sendo essa a proposta, a professora deverá rever seus conceitos, pois o fato da criança não ficar sentada em um único espaço não implica em hiperatividade.
C - A professora está propondo uma prática tradicional, em que os alunos devem obedecer ao professor, sendo que essa é uma prática antiga e que já foi comprovado que pode ser prejudicial a real aprendizagem. É preciso que o professor recicle seus conhecimentos e possa ser levado a ver a prática educacional com outras ideias.
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