O trato genital feminino possui uma microbiota rica e variada. Dentre as bactérias colonizadoras se destacam as produtoras de ácido lático, os Lactobacillus, que propiciam um meio ácido, o qual é uma barreira de defesa para bactérias infecciosas. Outros microrganismos também podem ser encontrados normalmente e em menor quantidade fazendo parte desta microbiota, como: Candida, Enterococcus, Corynebacterium, Streptococcus e Staphylococcus. Os Streptococcus do grupo B (Streptococcus agalactiae) são encontrados na microbiota vaginal de aproximadamente 20% das mulheres. Entretanto a presença desta bactéria na microbiota vaginal em mulheres gestantes é um fator determinante para a infecção do recém-nascido. Durante o pré-natal, gestantes na 35ª a 37ª semana são submetidas a uma pesquisa de colonização por S. agalactiae no canal vaginal. Neste exame um swab com secreção é coletado e inoculado em meios de cultura adequados para crescimento de S. agalactiae, como o ágar sangue. Porém, devido à diversidade de bactérias que podem ser encontradas no canal vaginal e que se desenvolvem em meio ao ágar sangue, é necessário identificar as colônias suspeitas. Desse modo, diga como pode ser realizada a identificação de S. agalactiae em amostras de secreção vaginal.
Respostas
Padrão de resposta esperado
O primeiro passo para a identificação é a observação da morfologia da colônia em ágar sangue. Colônias de S. agalactiae possuem tamanho médio, formato circular e convexo, são translúcidas e com uma pequena hemólise beta (total) ao redor da colônia no meio de cultura. Posteriormente, devemos confirmar que essa colônia suspeita é de um Streptococcus, mas para tal será necessário visualizar as células pela coloração de Gram, observando cocos gram-positivos e realizando o teste da catalase, que deverá ser negativo. Por fim, para identificação da espécie S. agalactiae, deve-se realizar o teste de CAMP, que será positivo. A realização desses testes na sequência indicada é essencial para a correta identificação fenotípica, pois outras bactérias, que podem ser isoladas no canal vaginal, podem se apresentar com resultados parecidos, como exemplo da Listeria monocytogenes, positiva ao teste de CAMP.