1)
Em A hora da estrela, a denúncia social surge em meio a outros componentes, cujo princípio não se restringe à pura complacência com as personagens. Assim, ao caracterizar Carlota (a cartomante) escreve Clarice Lispector: “madama Carlota era enxundiosa, pintava a boquinha rechonchuda em vermelho vivo e punha nas faces obesas duas rodelas de ruge brilhoso. Parecia um bonecão de louça meio quebrado”.
Com base no modo como a cartomante é descrita na citação apresentada, é correto dizer que
Alternativas:
a)
a personagem é tratada com objetividade e não há juízos a respeito de sua aparência.
b)
o cômico pauta a descrição da personagem, que tem o ridículo de sua aparência ressaltado pela comparação com um bonecão de louça.
c)
o humor não deprecia a personagem, mas fornece uma visão que pode ser considerada realista.
d)
a descrição assume um tom elogioso, característica de A hora da estrela.
e)
não se pode afirmar aspectos negativos ou positivos por meio do trecho supracitado.
2)
Considere a seguinte passagem de Grande Sertão: vereadas
Amor e morte
“Eu dizendo que a Mulher ia lavar o corpo dele. Ela rezava rezas da Bahia. Mandou todo o mundo sair.
Eu fiquei. E a Mulher abanou brandamente a cabeça, consoante deu um suspiro simples. Ela me mal-entendia.
Não me mostrou de propósito o corpo. E disse…
Diadorim — nu de tudo. E ela disse:
— ‘A Deus dada. Pobrezinha…’
E disse. Eu conheci! Como em todo o tempo antes eu não contei ao senhor — e mercê peço: — mas para o senhor divulgar comigo, a par, justo o travo de tanto segredo, sabendo somente no átimo em que eu também só soube… Que Diadorim era o corpo de uma mulher, moça perfeita… estarreci. A dor não pode mais do que a surpresa.
Na passagem, evidencia-se a narração em primeira pessoa; perspectiva que limita o acesso do leitor. Nesse caso, fica evidente a restrição narrativa por meio
Alternativas:
a)
da incapacidade de compreensão entre as personagens.
b)
do fato de o leitor não saber, assim como Riobaldo, que Diadorim era na verdade uma mulher.
c)
de uma linguagem característica de uma personagem em particular.
d)
de falas restritas ao narrador, privando as demais personagens de expressão verbal.
e)
da impossibilidade de conceber o que ocorre na realidade.
3)
Considere seguinte trecho a respeito de Avalovara:
"Avalovara" é um livro paradoxal: se inscreve, formalmente, embora já de modo um pouco tardio para a época, numa tradição de vanguarda, mas sua linguagem, suas palavras, são até certo ponto "passadistas". O livro foi escrito num português escorreito, com ordem subordinada (longe, portanto, da frase rápida e curta de certa vanguarda), exalando melancolia. Talvez aí, nesta contradição, resida sua importância para o romance brasileiro.
Para Régis Bonvicino, Avalovara é um romance parodoxal. Isso se deve
Alternativas:
a)
a uma contraposição entre uma forma de vanguarda e uma linguagem tradicionalista.
b)
ao fato de o romance parecer deslocado temporalmente, não se enquadrando como obra contemporânea.
c)
à linguagem que não se enquadra como literária.
d)
a uma visão crítica despreparada para um romance de vanguarda.
e)
ao fato de Avalovara ter sido publicamente tardiamenre.
4)
Guimarães Rosa empenhou-se em retratar o sertão com uma linguagem própria. Nesse propósito, destaca-se o seu trabalho com as palavras, sobretudo com os neologismos, para criar expressões relacionadas às pessoas do campo. Sua temática sertaneja, porém, não pode ser considerada regionalista.
Com base no texto apresentado, identifique a seguir a afirmativa correta.
Alternativas:
a)
A obra de Guimarães Rosa é universalista, por isso não se enquadra em um espaço geográfico determinado, assim como ocorre com o Regionalismo.
b)
Guimarães Rosa distanciava-se do modo de falar do sertanejo com o uso de neologismos, de modo que sua obra se afasta do Regionalismo.
c)
A obra de Guimarães Rosa, ligada ao campo, apresenta-se inadequada à última fase modernista, e com isso não pode ser classificada em qualquer movimento literário.
d)
O trabalho exagerado com a linguagem torna-a artificial, motivo pelo qual a obra de Guimarães Rosa não pode ser classificada como Regionalista.
e)
O sertão não pode ser considerado como universal e por isso a literatura de Guimarães Rosa restringe-se a um espaço geográfico determinado.
Respostas
respondido por:
18
Resposta:
1) b
2) b
3) b
4) a
Explicação:
Conferido pelo sistema Colaborar.
respondido por:
7
Resposta:
Aap4 - Literaturas de Língua Portuguesa II
Explicação:
CORRIGIDO PELO AVA
1) b) o cômico pauta a descrição da personagem, que tem o ridículo de sua aparência ressaltado pela comparação com um bonecão de louça.
2) b) do fato de o leitor não saber, assim como Riobaldo, que Diadorim era na verdade uma mulher.
3) b) ao fato de o romance parecer deslocado temporalmente, não se enquadrando como obra contemporânea.
4) a) A obra de Guimarães Rosa é universalista, por isso não se enquadra em um espaço geográfico determinado, assim como ocorre com o Regionalismo.
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