Respostas
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Uma das principais estratégias da convivência reside na produção e na estocagem de bens em períodos chuvosos para utilizá-los em tempos de es-cassez de chuvas. Entre os bens que precisam ser estocados, cuidados e usados racionalmente está a água. Ela é um componente fundamental para o desenvol-vimento das mais variadas formas de vida. O Semiárido brasileiro é o mais chu-voso do mundo e suas águas, se forem bem estocadas em períodos chuvosos, são suf i cientes para garantir a produção de alimentos e vida de qualidade às famílias ao longo do ano, com ou sem estiagem. Nessa acepção, conviver com o Semiárido remete para a organização de modos de vida baseados no uso ra-cional, sustentável e equitativo dos bens e dos recursos, na partilha e na justiça social. Pode-se dizer que remete para uma ética da precaução, do saber guardar, cuidar e usar os recursos naturais adequadamente.
Esse processo que vem sendo construído nesses últimos anos, cujos atores sociais e estudiosos o chamam de ‘paradigma2 de “convivência com o Semiárido”, congrega uma gama de organizações e movimentos sociais que vêm gestando novas formas de compreender e se relacionar com o Semiárido. Sob diversas óti-cas esta publicação é perpassada pela noção de convivência. De modo sintético, o quadro a seguir ilustra as principais diferenças que caracterizam o paradigma de “combate à seca” e o de “convivência com o Semiárido”.