Respostas
● O objetivo do presente estudo foi analisar a dinâmica de poluição orgânica no rio
Iguaçu, localizado em Curitiba e Região Metropolitana, através do monitoramento qualiquantitativo realizado durante os anos de 2005 a 2008. Além de ensaios tradicionais para
determinação da qualidade da água, como DBO, DQO, OD, TOC, séries de nitrogênio, fósforo e
sólidos, também foram realizados ensaios de espectroscopia de fluorescência e de ultravioleta
visível, com o objetivo de identificar as possíveis fontes do carbono orgânico dissolvido no meio
aquático. Foram monitorados 107 km do rio Iguaçu, em sete estações, englobando uma área
aproximada de 3.000 km², numa região com forte ocupação urbana (cerca de 3 milhões de
habitantes). Os resultados de espectroscopia associados aos elevados níveis de DBO, nitrogênio
amoniacal e fósforo, indicam como fonte mais provável do carbono orgânico dissolvido a
contribuição de efluentes domésticos (fonte alóctone antrópica), principalmente no trecho
intermediário (entre P2 e P4), cujas áreas de drenagem cobrem boa parte da cidade de Curitiba e
região metropolitana, refletindo, desta maneira, a carência no sistema de coleta e tratamento de
esgoto.
● O estudo de caso desenvolveu-se a partir da dinâmica da realidade de uso e ocupação do solo
na bacia do Alto Iguaçu, na Região Metropolitana de Curitiba. A bacia do Alto Iguaçu tem suas
nascentes junto a Serra do Mar, cujo rio principal estende-se por aproximadamente 90 km até o
limite da Região Metropolitana de Curitiba, com uma área de drenagem de cerca de 3.000 km2
. Na
presente pesquisa, 26 sub-bacias foram utilizadas para a caracterização da Bacia do Alto Iguaçu. Os
tributários principais das respectivas bacias são: Atuba, Belém, Cambuí, Cotia, Despique, Divisa,
Faxinal, Iraí, Iraizinho, Isabel Alves, Itaqui, Mascate, Maurício, Miringuava, Miringuava Mirim,
Padilha, Palmital, Passaúna, Pequeno, Pianduva, Piraquara, Ressaca, Rio das Onças e Verde.
A população pertencente à bacia é de aproximadamente 3 milhões de habitantes distribuídos
em 14 municípios. A bacia em estudo concentra cerca de 25% da população total e 30% da
população urbana do estado, com baixos índices de atendimento e tratamento de esgoto. Por ser
uma região altamente urbanizada, vem passando por um processo de ocupação irregular de várzeas
e áreas de mananciais, em especial na margem direita do Rio Iguaçu. Como conseqüência deste
processo, têm sido constatados problemas acerca dos sistemas de abastecimento de água, do
tratamento de esgotos sanitários e dos sistemas de drenagem urbana, os quais não acompanham o
crescimento das cidades, afetando negativamente o meio ambiente e a qualidade de vida das
pessoas.
Em relação aos aspectos físicos, é uma região predominantemente plana, apresentando uma
grande extensão de várzeas naturais em ambas as margens, configurando planícies de inundação
bem definidas. Segundo Bizzoni (2000), estas várzeas são locais com solos permanentemente
úmidos, com o nível do lençol freático próximo da superfície do terreno, em grande parte coberto
por vegetação rasteira típica. Há também uma intensa atividade de extração de areia nas cavas
existentes nas áreas mais planas dessas várzeas inundáveis.
A maior parte das indústrias está localizada nas bacias dos rios Barigüi, Belém, Padilha,
Passaúna e Atuba. De acordo com SUDERHSA (2000), as cinco indústrias mais poluidoras em
termos de DBO são: Cocelpa: 17 t/mês, localizada na bacia do Rio Barigüi; Companhia Estearina