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Resposta:
Almeida Júnior (1850-1899) foi um pintor e desenhista brasileiro. O dia do artista plástico é comemorado em 8 de maio, dia do nascimento do pintor. Foi o primeiro pintor a retratar em seu trabalho o tema regionalista. José Ferraz de Almeida Júnior nasceu em Itu, São Paulo, no dia 8 de maio de 1850.
Pintor realista, tinha a preocupação em valorizar nas telas o homem do povo no seu cotidiano, em inserir os personagens típicos brasileiros, o que contrastava com a monumentalidade que até então predominava nas artes plásticas do Brasil.
Explicação:
peguei do Google
Resposta: José Ferraz de Almeida Júnior (Itu, São Paulo, 1850 – Piracicaba, São Paulo, 1899). Pintor. Interessado por costumes, cores e luminosidades regionais, Almeida Júnior aplica sua formação tradicional para explorar temas até então inéditos no cenário artístico nacional.
Desde cedo, revela inclinação para o desenho e a pintura. Aos 19 anos muda-se para o Rio de Janeiro, com a ajuda financeira de parentes e amigos, a fim de ingressar na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba). Durante a permanência na instituição, segue o caminho tradicional de formação de todo pintor acadêmico: frequenta os dois anos de aulas obrigatórias da disciplina desenho, considerada preliminar para o aprendizado da pintura. Posteriormente, cursa matérias específicas como desenho geométrico e figurado, modelo vivo, pintura histórica, anatomia e fisiologia das paixões, estética e matemática aplicada. Entre seus professores estão Jules Le Chevrel (ca.1810-1872) e Victor Meirelles (1832-1903).
Termina os estudos em 1874, com destaque pela qualidade de seus trabalhos e condecorações pelo desempenho em disciplinas, entre elas, a medalha de ouro com a tela Belizário Esmolando, na última participação como aluno na Exposição Geral de Belas Artes da Aiba. Sem concorrer ao prêmio de viagem, em 1875, volta para Itu, onde abre um ateliê e atua como retratista e professor de desenho. Trabalha sob encomenda, principalmente de retratos, entre eles o de Antônio Queiroz Telles (1789-1870), presidente da Estrada de Ferro Mogiana, e o de Antônio Pinheiro de Ulhoa Cintra (1837-1895), presidente da província de São Paulo. Essas obras são as responsáveis pela bolsa de estudos de aperfeiçoamento na Europa oferecida ao artista pelo imperador Dom Pedro II (1825-1891).
Muda-se para Paris em 1876 e, no ano seguinte, frequenta aulas de desenho na capital francesa. Em 1878, ingressa na tradicional École National Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes]. Faz um curso de três anos, tendo como principal professor o pintor francês Alexandre Cabanel (1823-1889), um dos maiores inimigos dos impressionistas. Essa estada serve mais para ratificar os valores aprendidos na Aiba e para o aprimoramento técnico – domínio do desenho e da geometria da composição, por exemplo – do que para efetuar uma mudança na orientação artística de Almeida Júnior.
Tem quatro participações no Salon Officiel des Artistes Français [Salão Oficial dos Artistas Franceses], de 1879 a 1882. Na edição de 1880, apresenta o trabalho O Derrubador Brasileiro (1879), considerado precursor do conjunto de quadros de temática regionalista, entretanto, ainda bem distante do caráter realista e da luminosidade das pinturas "caipiras".
Em 1882, volta ao Brasil, expõe na Aiba as obras produzidas em Paris e instala um ateliê em São Paulo. Promove vernissages exclusivos para imprensa e potenciais compradores e redige textos informativos sobre os quadros, colaborando para o amadurecimento artístico do país ao propor o estabelecimento de uma relação mais moderna com o mercado local. Também tem relevante papel na formação de novas gerações de artistas, entre eles Pedro Alexandrino (1856-1942).
Em 1886, Victor Meirelles o convida para ocupar sua vaga na Aiba como professor de pintura histórica, mas o artista decide ficar em São Paulo. Os quadros caipiras e a pintura de gênero, em geral com cenas do cotidiano burguês (por exemplo Leitura, de 1892), são bem aceitos pela burguesia empenhada na construção de uma imagem para si mesma, a história do povo paulista.
Sem deixar de explorar outras vertentes, Almeida Júnior realiza, na última década de sua vida, o conjunto de telas de temática regionalista com o qual conquista seu lugar na história da arte brasileira. Em pinturas como Caipiras Negaceando (1888), Caipira Picando Fumo (1893), Amolação Interrompida (1894), Apertando o Lombilho (1895), O Violeiro (1899) revela-se a admiração por pintores não acadêmicos, mas de grande importância na França do século XIX, como o realista Gustave Courbet (1819-1877) ou Jean-Baptiste-Camille Corot (1796-1875).
Nota-se o desejo de aproximação realista ao cotidiano do homem do interior sem o filtro das fórmulas universalistas. Não hesita em retratar o caipira em seu ambiente pobre e simples, em sua vida calma e triste, sem nunca ridicularizá-lo ou transformá-lo em personagem pitoresco. As lições de desenho e composição geométrica de sua formação acadêmica, contudo, não são abandonadas. Elas coexistem com as inovações introduzidas pelo artista, tanto na temática quanto na composição estética, com a luminosidade solar presente no clareamento da paleta e a gestualidade mais livre.
Muitos críticos de arte contemporâneos e posteriores ao artista celebram nele o que consideram ser um primeiro arroubo do caráter nacional na pintura brasileira, entre eles intelectuais de lados opostos como Monteiro Lobato (1882-1948) e Mário de Andrade (1893-1945).
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