Textos-base:
Texto I
“Claramente, encontramo-nos hoje novamente em uma crise, em uma transição crítica, pela qual uma outra revolução, a saber, a revolução digital, parece ser responsável. Mais uma vez, uma formação dos muitos ameaça uma relação de poder e de soberania. A nova massa é o enxame digital. Ela apresenta propriedades que a distinguem radicalmente da clássica formação dos muitos, a saber, da massa. (...) Uma alma de massa ou um espírito de massa falta inteiramente ao enxame digital. Os indivíduos que se juntam em um enxame não desenvolvem nenhum Nós. Não lhes caracteriza nenhuma consonância que leve a massa a se unir em uma massa de ação. “
(HAN, Byung-Chul. No enxame: perspectivas do digital. Trad. Lucas Machado. Petrópolis: Vozes, 2019. P. 12)
Texto II
“Por "dominação" compreenderemos, então, aqui, uma situação de fato, em que uma vontade manifesta ("mandado") do "dominador" ou dos "dominadores" quer influenciar as ações de outras pessoas (do "dominado" ou dos "dominados"), e de fato as influencia de tal modo que estas ações, num grau socialmente relevante, se realizam como se os dominados tivessem feito do próprio conteúdo do mandado a máxima de suas ações com obediência"
(Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva / Max Weber; tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa; Revisão técnica de Gabriel Cohn - Brasília, DF : Editora Universidade de Brasília: São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1999. P. 191)
Enunciado:
A diferença central entre o tipo de fenômeno social que é descrito por Han e o modelo de dominação carismática tal como proposto por Weber é:
A - A ideia, defendida por Weber, de um poder político fundamentado na massa.
B - Uma fundamentação religiosa, que Han vê nas sociedades atuais.
C - Conceito de uma liderança fundamentada em uma personalidade, defendida por Weber.
D - A noção de que não há nenhum tipo de poder político para além da teoria das massas.
E - O princípio, defendido por Han, de que as massas digitais são mais atuantes.
#simuladoENEM2021
Respostas
Letra C é a alternativa correta, sendo esta a base da dominação legítima baseada na liderança carismática, que diferenciaria uma liderança vertical (de cima para baixo) de um modelo horizontal sem liderança clara, tal como apontado por Chul-Han.
A é falsa, uma vez que, no modelo de dominação carismática, o poder político estaria fundamentado na figura personalista de um líder, e não na atuação das massas, que seriam como que conduzidas por este líder.
B é falsa, pois Chul-Han aponta, nas sociedades atuais, um tipo de organização pautada pelo “acontecimento” e por ligações espontâneas, sem a centralização de uma liderança religiosa.
D é falsa, pois Weber aponta três outras formas, não fundamentadas na teoria das massas, de dominação política: a carismática, a legal-racional e a tradicional.
E é falsa, pois Chul-Han aponta essas massas digitais como desprovidas de uma consonância e incapazes de agir de maneira unida, sendo distintas das massas tradicionais.
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A diferença entre o fenômeno social descrito por Han e o modelo de dominação carismática de Weber é expressa na Alternativa C:
- Conceito de uma liderança fundamentada em uma personalidade, defendida por Weber.
Segundo Chul-Han no seu modelo de dominação carismática, existe uma liderança vertical de um modelo horizontal, no qual o poder político se fundamenta apenas numa personalidade (líder), e não nas massas que movimenta.
Na atualidade as sociedades se organizam sem uma centralização religiosa como na antiguidade, agora se tem massas digitais são menos atuantes agindo individualmente, diferendo das massas tradicionais.
Weber não se fundamenta na teoria das massas, senão que há vários tipos de poder político de dominação como: carismática, a legal-racional e a tradicional; onde a liderança é fundamentada num líder.
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