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O sabor costuma ser relacionado ao paladar, pois nossas papilas gustativas estão localizadas na boca. Mas, na verdade, o gosto está ligado a todos os sentidos, principalmente ao olfato. Para explicar como o cérebro cria o sabor surgiu a ideia da neurogastronomia, uma união da neurologia e da gastronomia, que é um dos temas do Festival do Olfato deste ano – realizado nesta semana em Bolonha, na Itália.
Num curso, que também será oferecido no festival, o herborista e especialista em neurogastronomia Marco Valussi revela os princípios básicos dessa ciência através de alguns experimentos. Com os olhos fechados e o nariz tampado, os participantes degustam uma série de líquidos desconhecidos e descrevem o aroma de duas bebidas de cores diferentes.
O olfato é o primeiro e mais importante sentido a ser explorado em combinação com o paladar. Embora eles possuam vias neurológicas distintas, a ideia de que o gosto é sentido na boca e o cheiro no nariz não é estritamente verdadeira, afirma Valussi.
O olfato é um sentido duplo, composto pelos olfatos ortonasal, via nasal, e retronasal, via oral. "A diferença é sentir o cheiro de algo que está fora do nosso corpo, no ambiente [olfato ortonasal], e de algo que está dentro do nosso corpo, principalmente na cavidade oral [olfato retronasal]. Ou seja, quando cheiramos algo que estamos comendo, mastigando", diz Valussi.
Segundo o especialista, é impossível separar o olfato retronasal do paladar, porque ambos ocorrem ao mesmo tempo e no mesmo lugar, além de ter a mesma origem, ou seja, o alimento que comemos.