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É um longa-metragem muito interessante, com pesadas críticas sociais que trazem à tona uma realidade que causa reflexão naqueles que o assistem. Repleto de eventos chocantes e reviravoltas pesadas, com bastante destaque para os eventos do início e do final do filme que causam um grande choque e quebra de expectativa na grande parcela dos espectadores, fora criada uma narrativa que prende a atenção com um desfecho inesperado. A cenografia fora extremamente elogiada, bem como a trilha sonora.
O romance inspirado no estilo "Romeu e Julieta", do dramaturgo renascentista Shakespeare, deixa um pouco a desejar. O relacionamento entre Dé e Nina fora desenvolvido muito rapidamente, com pouco aprofundamento e poucas cenas da intimidade moral entre os dois sendo construída, deixando-se a entender que o objetivo do roteiro era, de fato, criar um "clichê" — um casal de jovens em realidades distintas que, apaixonados e desejantes por ficarem juntos buscam deixar tudo para trás em nome de um amor, embora este não seja perfeito —, causando decepção em quem esperava um romance mais "plausível".
Além disso, algumas partes do roteiro acabaram por ser muito óbvias e causaram uma impressão de que foram utilizadas como "tapa-buraco" para a história, como, por exemplo, a cena em que Dé encontra a pulseira de Nina no chão, ao procurar desesperadamente por ela.
O final do filme, embora surpreendente e tendo sido capaz de conferir bastante emoção à aqueles que acompanharam a história das personagens desde o começo, apresentou uma série de reviravoltas que pareceram muito exageradas, num desespero por criar tragédia e drama envolvendo o máximo possível de indivíduos da narrativa, mas fugindo do senso de realidade ou do que esperamos que uma pessoa naquelas situações faça, como reação aos conflitos apresentados.
Alguns outros detalhes também não foram esclarecidos no final, como o dinheiro que Dé esconde na barraca de cachorros-quentes mais para o final do longa-metragem.