Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se, porém, do negócio, e viera ao Brasil. (. ) viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria da Hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia rechonchuda e bonitota. (. ) Quando saltaram em terra, começou a Maria a sentir certos enjoos: foram os dois morar juntos: e daí, a um mês, manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois, teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta história. (Cap. 02) ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memória de um sargento de Milícia. São Paulo, Editora Atica, 2000. Considerando os fragmentos lidos, bem como os conteúdos a que eles remetem, assinale a alternativa CORRETA. Situado no período da vinda da família real para o Brasil, no tempo em que D. João VI refugiou-se no Rio de Janeiro, ou seja, no início do século XIX, o trecho do romance em análise é exemplo da estética romântica, não apenas pela temática – o romance de Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça – mas, sobretudo, pela idealização de tais personagens. O trecho em questão faz a apresentação de Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça e, pelas suas características, já denuncia o afastamento da obra da idealização comum do Romantismo. Nele, se observam seres caricaturais descritos com humor e ironia, como é o caso também do (anti)herói da história que, desde o nascimento, já se afasta dos traços característicos de um herói. O excerto é parte da obra de Manuel Antônio de Almeida, autor realista de obras de caráter picaresco, que trazem à tona uma visão divertida das pessoas situadas em determinada época. Também exemplo da literatura de transição, o tema é a própria representação das obras regionali.
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O trecho em questão faz a apresentação de Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça e, pelas suas características, já denuncia o afastamento da obra da idealização comum do Romantismo. Nele, se observam seres caricaturais descritos com humor e ironia, como é o caso também do (anti)herói da história que, desde o nascimento, já se afasta dos traços característicos de um herói.
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