Mineiridade
Conceição Evaristo
Quando chego de Minas
trago sempre na boca um gosto de terra.
Chego aqui com o coração fechado
um trem esquisito no peito.
Meus olhos chegam divagando saudades,
meus pensamentos cheios de uais
e esta cidade aqui me machuca
me deixa maciça, cimento
e sem jeito.
Chegando de Minas
trago sempre nos bolsos
queijos, quiabos babentos
da calma mineira.
É duro, é triste
ficar aqui
com tanta mineiridade no peito.
Evaristo, Conceição. “Mineiridade”. Cadernos negros. Os melhores poemas. São Paulo: Quilombhoje, 1998.
Uma análise da transitividade do verbo trazer no poema de Conceição Evaristo revela que
A
é um verbo intransitivo, por isso aparece seguido do advérbio “sempre”.
B
possui o objeto direto “um gosto de terra”, na primeira ocorrência, e “queijos, quiabos babentos”, na segunda.
C
é seguido de objeto direto sempre, como em “sempre nos bolsos”.
D
“na boca” é o objeto direto desse verbo, como se vê no segundo verso.
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Resposta:
Letra B
Explicação:
O verbo “trazer”, dependendo de seu sentido, pode apresentar objetos direto e indireto, ou apenas objeto direto. No poema, o verbo “trazer” tem sentido de “carregar algo consigo”, sendo transitivo direto, de modo que “um gosto de terra” é o objeto direto da primeira ocorrência e “queijos, quiabos babentos”, o da segunda.
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