Que estratégias vêm sendo adotadas para lidar com as desigualdades educacionais, decorrentes da pandemia, que estão atingindo os estudantes? Como elas foram diagnosticadas? O que tem sido feito, no retorno e na normalização das aulas presenciais, para promover aprendizagem com equidade a todos os estudantes?.
Respostas
Resposta:
Os desafios são muitos e as escolhas das estratégias farão a diferença.
Convivemos com um quadro educacional em que é mais “fácil” entrar na escola do que “sair” dela com a conclusão total do ciclo. Sem falar na qualidade de ensino que também não é igual em todas as escolas do país. Quanto mais avança a educação, mais se escancaram as enormes evidências de desigualdades sociais e regionais.
No ensino fundamental a dificuldade é terminar a primeira e a segunda etapa. São gargalos diferenciados. Entretanto, muitas crianças não conseguem acompanhar o ritmo escolar devido às condições sociais em que vivem. Já está mais do que provado que a alimentação, o ambiente domiciliar, a participação da família, entre outros, são fatores determinantes na vida de um aluno. Quando esses fatores são afetados pela condição social da família o resultado é percebido nas salas de aulas, onde as dificuldades aparecem e persistem.
No ensino fundamental 2 o problema fica ainda mais flagrante quando percebemos que, apesar de os alunos terem chegado a essa etapa de ensino, ainda não sabem interpretar textos e apresentam muita dificuldade para entender cálculos. Sair do ensino fundamental com uma formação de qualidade não é, ainda, a realidade da educação brasileira.
Com os problemas surgidos no ensino fundamental, entrar no ensino médio torna-se cada vez mais distante e a evasão escolar cresce nesta passagem de nível escolar. Muitos dos que conseguem entrar no ensino médio carregam a bagagem de despreparo para enfrentar as novas disciplinas. O resultado são alunos que saem do ensino médio sem condições acadêmicas suficientes para encarar o ensino superior.
E temos, então, no ensino superior, a mesma situação. Muito embora o número de pessoas que entra em uma faculdade tenha aumentado, incentivados pelos programas nacionais de financiamentos e bolsas de estudos em instituições particulares, a qualidade do aluno é precária e as dificuldades, que se iniciaram lá atrás, no ensino fundamental, ficam gritantes.
Os gestores educacionais têm metas a cumprir e as penalidades inerentes do descumprimento das metas não consideram as condições sociais dos alunos. Iguala-se, portanto, os desiguais sem a devida preparação para que esses desiguais possam ter condições de aprimorar o aprendizado, ante as condições sociais em que vivem. Será difícil, então, reverter esse quadro de desigualdades sociais com a obrigatoriedade no cumprimento de metas que visam muito mais a quantidade da oferta do que a qualidade do ensino.
Sem dúvida, a educação escolar é a ferramenta que gera a cidadania e que é capaz de mudar destinos. Sem dúvida, é por meio da educação que uma nação se torna desenvolvida. Mas não se pode exigir que a educação seja a grande responsável por tudo aquilo que as políticas públicas não fizeram: gerar condições de desenvolvimento pessoal pleno e em todos os sentidos.
Explicação:
A educação e os impactos da pandemia
As desigualdades educacionais decorrentes da pandemia estão sendo suplantadas por meio da colaboração entre alunos e professores, e na comunidades escolar, sobretudo em pequenas localidades onde todos se conhecem e sabem de suas dificuldades, e então compartilham equipamentos como celulares e computadores para a realização das atividades escolares.
O diagnóstico de tais dificuldades pode ser feito no ambiente escolar, com a ajuda da comunidade, ou ainda através do olhar crítico do professor.
O retorno às aulas presenciais tem sido um desafio, pois muitos estudantes encontram-se em defasagem, pois nem todos tiveram acesso aos materiais disponibilizados, ou mesmo não conseguiram acompanhar os conteúdos em casa, sozinhos, sem a ajuda do professor e dos colegas, e é comum que avaliações estejam sendo feitas em um primeiro momento de acolhimento para se entender as variadas situações.
Mais sobre os impactos da pandemia na educação: https://brainly.com.br/tarefa/34373185