8. O eu lirico reitera ao longo da cantiga que a camela e o bodalho não são semelhantes por serem de espécies diferentes. a. Com base na leitura do texto e nas informações dadas sobre a freira e o rabi, responda: Por que eles são considerados de espécies diferentes? b. O eu lirico sugere que a relação da camela com o bodalho é um desvio da natureza. Que elementos do texto dão sustentação a essa ideia?
Respostas
Resposta da A)
Eles são considerados de espécies diferentes porque na cantiga bodalho é um porco e camela é outro tipo de animal.
As cantigas de escárnio satirizam de um modo mais sutil, com linguagem ambígua, de duplo sentido, sem revelar a identidade de quem se critica. É o caso do texto a que essa questão se refere, que coloca como personagens um par composto por uma freira e um tabelião de Braga, feita a partir das suas apropriadas alcunhas (Camela e Bodalho/Leitão); a autoria é de D. Pedro, Conde de Portugal.
"Mas vejo eu um caso raro
o qual não cuidei que visse:
que emprenhasse e que parisse
a camela do bodalho."
Resposta da B)
Os elementos do texto que sustentam essa ideia são os seguintes versos:
"Esses a que a natureza
deu igual conformação
unem-se e nessa união
fazem filhos com justeza.
Mas não vi em minha vida
camela que se juntasse
com bodalho, engravidasse
e dele fosse parida."
É comum que as cantigas de escárnio critiquem a vaidade feminina, a rivalidade entre trovadores, a imitação da moda poética estrangeira, a pretensão de ascender na hierarquia social, a burrice, a feiúra e outros defeitos e vícios humanos. Quando o sarcasmo ultrapassa o plano da generalidade e ataca diretamente as pessoas, estamos perante a chamada cantiga de maldizer.