Uma das particularidades no que se refere aos cuidados paliativos está na relação mútua de todos os envolvidos nesse processo. É necessário que se tenha um respeito mútuo, evidenciando sempre o bem-estar do paciente, respeitando as suas escolhas sem colocar em conflito os princípios da bioética.
Imagine que você acabou de ser contratado para fazer parte da equipe multidisciplinar de um hospital de alta complexidade, que oferece tratamento integral às pessoas com câncer. Na análise dos prontuários, um caso chamou a sua atenção: Inês, uma mulher de 67 anos, natural de Minas Gerais, mas com residência fixa em Porto Alegre, deu entrada em 08/01/18. É viúva e mãe de 3 filhos, dentre os quais um veio morar em sua residência para auxiliá-la em seu cotidiano de idas e vindas ao hospital. Os demais filhos ainda residem em Minas Gerais.
Para melhor evidenciar o caso, observe as análises abaixo:
Descrição da imagem não disponível
Perante tal situação, responda:
a) O princípio de beneficência foi exercido com este paciente? Justifique sua resposta.
b) Explique sobre o processo de morrer da paciente e se ela teve uma morte digna.
Respostas
Resposta:
a) Nota-se que a equipe médica encontrou dificuldades em informar as reais condições de vida à paciente, talvez com o intuito de lhe proteger a vida a todo custo ou de evitar o sofrimento desta perante a morte iminente. Dessa forma, não ocorreu a prática da beneficência, pois não houve a inserção das vontades da paciente quanto ao tratamento, negando-lhe assim o seu princípio de autonomia.
b) Não houve qualquer preparação para o processo de morrer de Inês, tampouco para a sua família. A equipe médica, preocupada em lhe prolongar a vida a todo custo, tentando vários tratamentos medicamentosos, sem sucesso algum, lhe tirou todo o tempo que teria para a preparação da aceitação de sua morte e suas fases (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação). Outro ponto importante notado foi a falta na qualidade de comunicação entre os envolvidos no caso.
Dessa forma, como não houve o processo de preparação para a morte, por conseguinte, a paciente não pôde ter uma morte digna, uma vez que nada foi discutido com ela, tendo sido deixadas de lado as suas vontades quanto ao tratamento final ou as decisões no seu processo de morte.
Explicação:
Resposta:
a) Nota-se que a equipe médica encontrou dificuldades em informar as reais condições de vida à paciente, talvez com o intuito de lhe proteger a vida a todo custo ou de evitar o sofrimento desta perante a morte iminente. Dessa forma, não ocorreu a prática da beneficência, pois não houve a inserção das vontades da paciente quanto ao tratamento, negando-lhe assim o seu princípio de autonomia.
b) Não houve qualquer preparação para o processo de morrer de Inês, tampouco para a sua família. A equipe médica, preocupada em lhe prolongar a vida a todo custo, tentando vários tratamentos medicamentosos, sem sucesso algum, lhe tirou todo o tempo que teria para a preparação da aceitação de sua morte e suas fases (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação). Outro ponto importante notado foi a falta na qualidade de comunicação entre os envolvidos no caso.
Dessa forma, como não houve o processo de preparação para a morte, por conseguinte, a paciente não pôde ter uma morte digna, uma vez que nada foi discutido com ela, tendo sido deixadas de lado as suas vontades quanto ao tratamento final ou as decisões no seu processo de morte.
Explicação: