Era tarde de setembro e eu passeava pelo parque municipal apreciando as flores e a natureza, que com o nascer da primavera sempre estão mais bonitas.
Passando próximo de um banco no qual estava sentado um casal de velhinhos, pude contemplar a felicidade no rosto de ambos. A felicidade era tanta que irradiava e sem querer, atingida por aquela aura de alegria, disse em voz alta:
- Graças a Deus chegou a primavera!
O velhinho, abraçado à sua senhora e com o olhar perdido ao longe, retrucou logo dizendo:
- Graças a Deus cheguei à primavera.
Pude então, naquele momento, perceber que o que eu disse foi uma grande trivialidade.
Agora, observe a afirmação: "Criança na escola não chega à rua."
a. Faça uma análise do verbo chegar presente na historieta e na afirmação quanto à regência e seu valor semântico.
b. Explique porque na primeira ocorrência do verbo na historieta não foi necessário o uso da crase e porque na segunda ocorrência do verbo na historieta, bem como na afirmação, faz-se necessária a presença da crase.
Respostas
Resposta:
Na primeira ocorrência do verbo chegar ele é utilizado no sentido de que se inicia uma nova estação. Quanto à regência é um verbo transitivo direto, pois ocorre apenas o artigo definido "a" antes do núcleo do objeto direto "primavera"; isso porque o verbo chegar nessa situação não pede uma preposição para relacionar-se ao seu objeto. Tal relação se dá de forma direta, logo não ocorre a necessidade do uso da crase.
Já na segunda ocorrência do verbo chegar na historieta e em sua utilização na afirmação, ele possui o sentido de alcançar/atingir determinado ponto ou lugar, indicando que o velhinho alcançou/atingiu uma idade avançada e privilegiada.
Na afirmação, o uso da crase indica que as crianças que frequentam a escola não ficarão na rua. Quanto à regência, em ambos os casos, o artigo feminino vem precedido, na sequência, pela preposição "a", que é exigida pelo verbo chegar para relacionar-se com seu objeto indireto. A relação entre este verbo e seu complemento se dá, agora, de forma indireta, através da preposição "a". A ocorrência de preposição fica evidente se usarmos a forma masculina do substantivo: Graças a Deus cheguei ao estádio, ou, criança na escola não chega ao parque. Assim, fica explicada a necessidade do uso do sinal de crase quando se escreve: "cheguei à primavera" e "... não chega à rua".
Explicação:
Resposta:
Na primeira ocorrência do verbo chegar ele é utilizado no sentido de que se inicia uma nova estação. Quanto à regência é um verbo transitivo direto, pois ocorre apenas o artigo definido "a" antes do núcleo do objeto direto "primavera"; isso porque o verbo chegar nessa situação não pede uma preposição para relacionar-se ao seu objeto. Tal relação se dá de forma direta, logo não ocorre a necessidade do uso da crase.
Já na segunda ocorrência do verbo chegar na historieta e em sua utilização na afirmação, ele possui o sentido de alcançar/atingir determinado ponto ou lugar, indicando que o velhinho alcançou/atingiu uma idade avançada e privilegiada.
Na afirmação, o uso da crase indica que as crianças que frequentam a escola não ficarão na rua. Quanto à regência, em ambos os casos, o artigo feminino vem precedido, na sequência, pela preposição "a", que é exigida pelo verbo chegar para relacionar-se com seu objeto indireto. A relação entre este verbo e seu complemento se dá, agora, de forma indireta, através da preposição "a". A ocorrência de preposição fica evidente se usarmos a forma masculina do substantivo: Graças a Deus cheguei ao estádio, ou, criança na escola não chega ao parque. Assim, fica explicada a necessidade do uso do sinal de crase quando se escreve: "cheguei à primavera" e "... não chega à rua".