é correto afirmar que os países da União Europeia decidiram direcionar o consumo de alimentos transgênicos somente para o(s)
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A decisão tem, de fato, um peso político considerável, mas pouco impacto econômico sobre os transgênicos. Hoje a Europa cultiva apenas uma espécie de milho resistente a uma praga comum na Espanha. São apenas 143 mil hectares, em quatro países, algo como 0,1% das áreas cultiváveis do continente. No mundo, os alimentos transgênicos, em especial a soja, o milho e algodão, são plantados em 170 milhões de hectares. “O peso econômico dessa decisão na Europa é muito pequeno, eles não dependem das commodities agrícolas, por isso, para eles, é fácil tomar essa decisão”, diz Rubens José do Nascimento, biólogo que integra a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Ele acredita que os alimentos transgênicos são seguros.
Os europeus, no entanto, optaram por não estender a proibição para alimentos transgênicos utilizados na ração animal. Todos os anos a União Europeia consome mais de 35 milhões de toneladas de soja para alimentação de suas aves e suínos. Quase 90% dessa soja vêm de países produtores de variedades transgênicas do grão, como o Brasil, responsável por 43% das importações do bloco econômico. “Se o Brasil não tivesse sucumbido à pressão das grandes empresas poderíamos estar oferecendo um produto diferenciado sob o ponto de vista comercial, como a soja não transgênica”, diz Leonardo Melgarejo, professor de Agronomia da Universidade Federal de Santa Catarina e um crítico contundente da liberação do cultivo de alimentos geneticamente modificados no Brasil.
A decisão da maior parte dos países europeus de banir os transgênicos não servirá para por fim à discussão. Como se vê, ela será mais um combustível importante para ampliar ainda mais a polêmica em torno deles.